CSN (CSNA3) e CSN Mineração (CMIN3) veem lucro cair e cortam previsão de investimento e produção

No período, o Ebitda ajustado da CSN caiu 17% na base anual e o da CSN Mineração ficou praticamente estável

Foto: Shutterstock/ KAISARMUDA

O que o mercado previa se confirmou. Tanto a CSN (CSNA3) quanto a CSN Mineração (CMIN3) divulgaram resultados menores no terceiro trimestre, diante do preço reduzido do minério de ferro no mercado internacional e da pressão sobre os custos de insumos.

Embora as duas empresas tenham mostrado uma retomada da capacidade produtiva no período, com aumento da atividade comercial e forte diluição de custos fixos e de produção, o minério mais barato que no terceiro trimestre de 2021 não permitiu uma linha mais consistente do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de nenhuma das empresas.

No terceiro trimestre, o Ebitda ajustado da CSN caiu 37% na base anual, para R$ 2,714 bilhões, enquanto na CSN Mineração esta linha do balanço ficou praticamente estável, alcançando R$ 926 milhões.

O Ebitda do braço de mineração ficou abaixo do que previam analistas consultados pela Agência TradeMap. A projeção mais otimista era de R$ 981 milhões, no caso da Genial, e a mais pessimista de R$ 972 milhões, de acordo com XP.

Como consequência do preço do minério de ferro mais baixo, a receita da CSN Mineração caiu 10% no terceiro trimestre ante o mesmo intervalo do ano anterior, para R$ 2,509 bilhões. A CSN, por sua vez, viu a receita líquida consolidada atingir R$ 10,89 bilhões, uma alta de 6% na mesma base de comparação.

O custo dos produtos vendidos, que impactou fortemente o resultado da CSN, totalizou R$ 8,359 bilhões no trimestre, o que representa um aumento de 40,6% na base anual, como resultado da manutenção de preços elevados de algumas matérias-primas como o carvão de coqueria, além de maiores custos com redutores nas operações de siderurgia e da maior movimentação nas minas.

Na área de mineração, o custo dos produtos vendidos caiu 11,06% na comparação com o mesmo período de 2021, para R$ 1,778 bilhão, refletindo o melhor mix de produtos, os menores custos de transportes ferroviários e portuários, além da redução na demurrage – penalidade paga por atrasos no embarque ou desembarque de produtos -, segundo a companhia.

O reflexo de tudo isso pôde ser visto no resultado da companhia, ou seja, no lucro líquido, que registrou queda expressiva tanto na CSN quanto na CSN Mineração. No consolidado, o lucro caiu 82% ante o mesmo intervalo do ano anterior, para R$ 238 milhões, enquanto na área de mineração o lucro atingiu R$ 514 milhões, queda de 36,6% na mesma base de comparação.

O lucro líquido da mineração ficou acima das estimativas de analistas. Na projeção mais otimista, da XP, o número ficou 25% superior, enquanto na visão mais pessimista, do BTG, o valor ficou 56,7% acima do previsto.

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No âmbito operacional, a venda de minério de ferro no trimestre subiu 11% na comparação com o mesmo período de 2021, para 9,09 milhões de toneladas. A venda de aço, por sua vez, somou 1,16 milhão de toneladas, uma elevação de 18% na base anual

Revisão das estimativas da CSN

Diante da pressão dos custos e da queda do minério de ferro no mercado internacional, que atualmente está cotado ao redor de US$ 90 em Dalian, na China, a CSN e a CSN Mineração reduziram suas projeções para este e o próximo ano.

No caso do capex consolidado, a empresa reduziu de R$ 4,1 bilhões para R$ 3,0 bilhões em 2022.

A previsão para a produção total de minério de ferro mais compras de terceiros diminuiu para 34 milhões de toneladas em 2022. Antes, a estimativa ia de 36 milhões a 38 milhões de toneladas.

A CSN também alterou a previsão para o índice de alavancagem da companhia – que mede a relação entre a dívida líquida e o Ebitda ajustado nos últimos 12 meses. Antes, a previsão era de que este indicador ficaria em 1 – ou seja, dívida praticamente equivalente à geração de caixa da companhia.

Agora, a previsão é de que termine este ano em 1,75 e o ano que vem em 1,95 – ou seja, a empresa deve terminar o ano que vem com uma dívida líquida quase duas vezes maior que a geração de caixa prevista para 2023.

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