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Construtoras estão mais pessimistas com lançamentos e vendas, diz pesquisa do Santander

Potenciais aumentos nos custos de matérias primas seguem sendo a principal preocupação

Foto: Shutterstock

A cada trimestre que passa, as expectativas de crescimento de lançamentos e vendas das construtoras brasileiras se tornam mais pessimistas. Esta é a principal conclusão da última edição da pesquisa trimestral com construtoras do Santander, publicada nesta segunda-feira (8).

“Neste trimestre notamos uma diminuição no entusiasmo de construtoras em direção a uma visão mais realista”, escrevem os analistas Fanny Oreng, Antonio Castrucci e Matheus Meloni. “Estamos observando um aumento no número de companhias que pretendem diminuir a quantidade de lançamentos devido a uma deterioração nas expectativas de crescimento de vendas para os próximos 12 meses”, completam.

A pesquisa consolida a visão de 30 construtoras listadas e não listadas na Bolsa, com diferentes tamanhos e áreas de atuação.

Ainda que 50% destas construtoras sigam projetando um crescimento de pelo menos 5% nos lançamentos nos próximos 12 meses, 30% esperam queda, contra 16,7% das participantes da edição anterior da pesquisa.

Na mesma linha, 43,3% das companhias ainda esperam crescimento de ao menos 5% nas vendas nos próximos 12 meses, mas agora 56,7% delas projetam vendas estáveis, na melhor das hipóteses, ante 41,7% na última pesquisa.

O número de construtoras que esperam desaceleração na velocidade de vendas também tem aumentado, chegando a 36,7%, contra 22,2% na edição anterior.

Os lançamentos, porém, podem receber um impulso das mudanças no programa Casa Verde Amarela para as construtoras de baixo padrão.

Neste segmento, 66,7% das companhias esperam aumentar o preço das unidades e 55,6% pretendem elevar o número de unidades lançadas dentro dos programas. O impacto sobre as margens deve ser limitado por pressões de custo.

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Em termos de margem bruta, a expectativa de quase metade das construtoras (46,6%) é de uma queda na rentabilidade nos projetos desenvolvidos neste ano, na comparação com os lançamentos dos últimos 24 meses. Desta forma, a maior parte das companhias projeta margem bruta no máximo estável nos próximos 12 meses.

A maior preocupação das construtoras segue sendo novas altas nos preços dos materiais de construção, citadas por 43,3% dos participantes da pesquisa. O segundo maior temor é o poder de compra (23,3%), mas 53,3% dos participantes da pesquisa ainda acreditam que existe espaço para novos aumentos de preço nos próximos 12 meses.

Por outro lado, uma das menores preocupações são os distratos. Para as construtoras de médio e alto padrão, o distrato não preocupa porque as unidades que serão entregues nos próximos 12 meses foram majoritariamente lançadas em 2020, quando as taxas de financiamento imobiliário eram cerca de 50% mais baixas.

Já para as construtoras de baixo padrão, a pesquisa do Santander aponta que as companhias têm sido capazes de vender as unidades devolvidas a preços mais altos, chegando a ter rentabilidade maior.

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