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Como a nova estratégia da Netflix (NFLX) deve afetar os próximos trimestres; ação sobe 7%

Números da companhia no 2º trimestre surpreenderam positivamente e ação sobe mais de 6%

Foto: Shutterstock

Depois de dois trimestres desapontando o mercado, a Netflix (NFLX34) divulgou números melhores do que o esperado para o segundo trimestre, e deve retomar sua trajetória de crescimento daqui para frente, na análise do UBS, impulsionada por novas iniciativas.

A criação de um plano de assinatura mais barato, custeado por publicidade, deve jogar a favor da companhia a partir de 2023, quando será lançado, na visão de John C. Hodulik, Batya Levi e Christopher Schoell, analistas do UBS. Outra iniciativa que pode favorecer a Netflix é a adoção de restrições mais severas ao compartilhamento de contas entre usuários, também esperada para o ano que vem.

Rodrigo Lima, analista de investimentos da Stake, tem uma visão mais cautelosa quanto ao futuro da companhia, devido à valorização do dólar, que deve impactar as receitas, e às incertezas em torno das novas iniciativas.

“Resta saber se essa variância no câmbio, aliada ao aumento de US$ 3 para o uso de uma mesma conta em diferentes domicílios na América Latina, irá impactar positiva ou negativamente a receita e o crescimento do número de usuários da empresa”, diz Lima.

Para o UBS, os novos modelos devem impulsionar a receita média por usuário, fazendo com que a receita da Netflix cresça 7% em 2022 e 6,3% em 2023, na projeção do banco. Para o acumulado de 2022, o UBS espera que a Netflix adicione 3,3 milhões de usuários a sua base, e a projeção do banco para 2023 é de 9,5 milhões.

As margens operacionais, por sua vez, devem permanecer estáveis, em 18,1% em 2022 e 18,7% em 2023, na análise do UBS, pressionadas pelo investimento nas novas iniciativas e pela pressão cambial. A companhia também pode enfrentar mais dificuldade em elevar preços daqui para frente, diz o banco, devido a fatores macroeconômicos.

Resultado anima

O principal fator por trás do ânimo dos investidores, de acordo com Cristian Faria, analista do Itaú BBA, foi a base de usuários do segundo trimestre, que superou as projeções da própria companhia em 1 milhão.

Outro ponto levantado pelo BBA é que, neste trimestre, o relatório de resultados não trouxe preocupações relativas à concorrência, que foi um dos motivos por trás da forte desvalorização da ação depois da divulgação do primeiro trimestre.

Além dos resultados, a Netflix também divulgou suas projeções para o terceiro trimestre – que, na visão do UBS, são piores do que o esperado. A companhia espera ganhar 1 milhão de usuários no período, invertendo a tendência de queda dos trimestres anteriores. O UBS, por sua vez, projeta 1,2 milhão de novos usuários, enquanto o consenso dos analistas, de acordo com o banco, é de 1,7 milhão.

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O número também representa queda de 77% em relação ao registrado no terceiro trimestre de 2021. “Acreditamos que a desaceleração ano a ano seja um reflexo de fatores macroeconômicos e concorrência”, afirmam os analistas do UBS.

Diferente dos últimos dois trimestres, quando a ação caiu mais de 25% e 40%, respectivamente, no pregão seguinte à divulgação do balanço, o papel registrava alta de 7,48% por volta das 13h30 desta quarta-feira (20), cotado a US$ 216,72.

Seus BDRs, negociados no Brasil, operavam com ganhos de 1,13%, a R$ 23,29.

Depois da divulgação dos resultados e das projeções, o UBS reiterou sua classificação neutra para o papel, com preço-alvo de US$ 198, o que corresponde a baixa de 2% em relação ao valor do fechamento de terça-feira (19), de US$ 201,63.

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