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Com visão cautelosa sobre ações brasileiras, Morgan Stanley prefere empresas de commodities e defensivas como XP, CCR e Rumo

Banco vê riscos no cenário macroeconômico e poucas vantagens para surpresas em 2022

Fonte: Alex Proimos

Em meio à queda da Bolsa brasileira no ano e especialmente nesta semana, o banco Morgan Stanley ressaltou que mantém uma visão cautelosa para as ações, dados os riscos no cenário macroeconômico doméstico.

A instituição tem preferência por papéis de exportadores de commodities, de crescimento secular, como a XP, e de longo prazo, como CCR (CCRO3) e Rumo (RAIL3), além de ações que ofereçam proteção frente ao cenário de risco de racionamento.

O banco afirma, em relatório, que essa visão de maior cautela, adotada desde agosto, reflete os riscos no mercado local, especialmente de crescimento menor com a alta da taxa de juros, da inflação, e de olho nas dívidas das empresas (pagamento de juros) e no risco hidrológico, que devem pesar no sentimento de mercado e impactar negativamente as ações no curto prazo. “Permanecemos defensivos por enquanto, esperando um nível de entrada melhor ou uma redução do risco na perspectiva de crescimento”, destacou o Morgan, no documento.

Nesse cenário, o banco apontou a preferência por ações de empresas exportadoras como Vale (VALE3) Gerdau (GGBR4), Petrobras e Minerva Foods (BEEF3), e de crescimento como a XP, que negocia o BDR, recibo de ações (Brazilian Depositary Receipts) XPBR31, na B3.

Adotando uma posição mais defensiva, o banco também gosta dos papéis da Rumo (RAIL3), da concessionária de rodovias CCR (CCRO3) e da distribuidora de energia Energisa (ENGI11).

O Morgan também mencionou ações que ofereçam um hedge no cenário de risco de racionamento de energia, como Klabin (KLBN11), cuja capacidade de autogeração é considerável, Focus Energia (POWE3), holding que atua no segmento de comercialização de energia elétrica de fontes renováveis, Natura (NTCO3) e São Martinho (SMTO3), que tem usina de geração de energia a partir do  bagaço de cana-de-açúcar.

Leve piora do sentimento sobre Brasil

O índice de sentimento de empresas multinacionais dos EUA sobre a atividade econômica do Brasil medido pelo Morgan Stanley terminou o terceiro trimestre em 55%, um ponto percentual abaixo da prévia para o período e do verificado no segundo trimestre, mas ainda acima de 50%, considerado o ponto neutro. Um índice abaixo de 50 significa falta de confiança.

O indicador é baseado em companhias americanas listadas no S&P 500 que fazem referência ao Brasil em seus balanços trimestrais. Até agora, segundo o banco americano, 44 de um total histórico de até 55 companhias entre as 100 maiores listadas no índice acionário que mencionam o país, reportaram resultados.

Excluindo os comentários neutros nos balanços no terceiro trimestre, 61% tiveram menções positivas sobre o Brasil e 39%, negativas. Comparado com o segundo trimestre, o percentual de empresas que fizeram menções positivas sobre o Brasil no balanço caiu dois pontos percentuais.

Eleição deve guiar sentimento do mercado daqui para frente

O resultado das prévias do PSDB para definir o candidato do partido que vai concorrer à eleição para presidente, marcadas para este domingo, 21, deve dar início ao desafio eleitoral, segundo o banco.

O Morgan Stanley espera, no entanto, que o calendário político realmente acelere apenas no segundo trimestre de 2022, quando passar o prazo para filiação e registro partidário. “Continuamos vendo poucas vantagens para a economia doméstica surpreender em 2022”, destacou o Morgan, em relatório.

No entanto, uma consistente estação de chuvas (dezembro a março) pode melhorar a capacidade de geração hídrica do país no próximo ano e descartar um importante risco de queda para o crescimento, segundo o banco.

“O mercado deve começar a negociar em breve as expectativas de crescimento para 2023, e a direção e o ritmo das mudanças de humor provavelmente estarão vinculados às eleições presidenciais de outubro de 2022”, apontou o Morgan, em relatório.

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