A China é um país conhecido por ter crescido em ritmo alucinante no passado recente. De 2000 a 2010, a economia do país aumentou perto de 10% ao ano, e de 2011 para frente só cresceu menos que 6% ao ano uma única vez – em 2020, período marcado pelo início da pandemia de Covid-19.
Estimativas do Banco Mundial divulgadas nesta terça-feira (27), porém, sugerem que em 2022 a China pode ter mais um ano de crescimento tímido para os padrões do país.
A instituição prevê que, em 2022, o PIB (Produto Interno Bruto) chinês aumente 2,8%. A estimativa anterior, publicada em junho, era de uma expansão de 4,3%.
A taxa é bem menor que a esperada para outros países asiáticos, que devem crescer pouco mais de 5%, e fica próxima do que os analistas de mercado acham que será o ritmo de alta da economia brasileira neste ano.
Na edição mais recente do Boletim Focus, relatório do Banco Central com as projeções do mercado a respeito de vários indicadores do Brasil, a previsão para o crescimento do PIB em 2022 era de 2,7%.
O Banco Mundial, que publicou suas projeções mais recentes sobre o Brasil em junho, achava na época que o país cresceria 1,5% em 2022.
A revisão para baixo na estimativa do Banco Mundial para a China foi motivada pelo impacto econômico das medidas para conter o aumento de casos de Covid-19. O país é um dos poucos que ainda usa a redução da mobilidade social como método para evitar a disseminação da doença.
A preocupação do governo chinês é a possibilidade de o sistema de saúde nacional entrar em colapso se o número de casos de Covid-19 subir demais, principalmente nas áreas rurais, onde o número de pessoas não vacinadas ainda é alto.
O problema, segundo o Banco Mundial, é que essa política resulta em “um custo econômico significativo”. “As restrições à mobilidade não só deprimem a demanda, mas também limitam a produção ao paralisar fábricas e interromper a cadeia interna de suprimentos”, disse a instituição em um relatório.
Para exemplificar, o documento cita que a produção industrial da China em abril – mês em que o país adotou uma série de restrições à movimentação de pessoas em grandes cidades – teve a primeira queda anual desde março de 2020, o mês que inaugurou a pandemia de Covid-19. Outros indicadores, como o de crescimento de exportações, também caíram os menores níveis em dois anos.
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