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Cautela prevalece antes do feriado e Ibovespa recua; saldo da semana é de baixa de 0,66%

Índice tem recuo de 0,51%, aos 116.181 pontos

Foto: Shutterstock

A cautela dos investidores no último pregão antes do feriado, aliado ao movimento de expectativa de aumento nos juros no Brasil e nos Estados Unidos, refletiu nos mercados e fez o Ibovespa encerrar em queda de 0,51%, aos 116.181 pontos, com R$ 12,64 bilhões em volume negociado.

Com isso, o índice fechou a semana com desvalorização de 0,66%. O saldo para o mês de abril segue em baixa de 3,18%, enquanto o desempenho desde o início do ano é de alta de 10,84%.

Em Nova York, o Nasdaq teve baixa de 2,14%, o S&P 500 caiu 1,21% e o Dow Jones reucou 0,33%. Na Europa, o índice Euro Stoxx 50 teve alta de 0,54%.

Juros em pauta

Nos Estados Unidos, as bolsas foram impactadas principalmente pela divulgação de dados de varejo e desemprego piores do que o esperado. O país registrou 185 mil novos pedidos de seguro-desemprego na última semana, uma alta em comparação com a projeção do mercado, que era de 170 mil, enquanto o varejo subiu 0,5% na base mensal, ante 0,6% esperado. O fato pode corroborar com a percepção de uma recessão econômica chegando ao país.

Por aqui, o Ibovespa seguiu o exterior, além de ter sido impactado pela abertura na curva de juros. Nesse cenário, o dólar subiu, fechando em alta de 0,16%, a R$ 4,6963.

O avanço no dólar empurrou para cima as ações de empresas exportadoras. Com isso, as maiores altas foram de Vibra (VBBR3), Fleury (FLRY3) e JBS (JBSS3), com ganhos de 2,81%, 2,79% e 2,75%, respectivamente. A alta da Vibra veio depois de a companhia divulgar que irá começar a atuar no mercado de biocombustíveis para a aviação.

Por outro lado, o avanço nos juros derrubou os papéis de varejistas, construtoras e empresas do setor de tecnologia. As maiores quedas do dia foram de Yduqs (YUDQ3), Azul (AZUL4) e Iguatemi (IGTI11), com perdas de 7,09%, 5,04% e 4,20%, nesta ordem.

Na Europa, a alta da Bolsa seguiu a decisão do BCE (Banco Central Europeu) de manter intactas tanto as taxas de juros como a previsão de remoção de estímulos à economia no terceiro trimestre, apesar de a inflação da região ter atingido 7,5% nos 12 meses encerrados em março.

Especialistas acham que os juros da zona do euro vão subir mais rápido do que o BCE deseja, porém mais devagar do que o mercado acredita.

Segundo o Rabobank, o mais provável é que o BCE comece a elevar os juros em setembro e repita a dose em dezembro. A mesma opinião tem o Nordea. Ambas as instituições, no entanto, acham que depois disso o apetite do BCE por taxas maiores deve diminuir.

Novos inimigos para a Rússia

Os investidores seguem monitorando os acontecimentos no leste europeu. Ontem, o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou que o país irá conceder mais de US$ 800 milhões em armamentos ao exército ucraniano.

A Rússia, por sua vez, alertou que, caso a Suécia e a Finlândia decidam entrar na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), os dois países se tornarão seus novos adversários.

O petróleo tipo Brent, por sua vez, fechou em alta de 2,68%, a US$ 111,70, em meio a rumores sobre um possível embargo gradual da Europa ao petróleo russo.

A elevação, porém, não foi suficiente para sustentar as altas das petroleiras brasileiras: Petrobras (PETR4) teve baixa de 1,17% e 3R Petroleum (RRRP3), de 1,57%.

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No âmbito corporativo, a assembleia geral ordinária da Petrobras aprovou as indicações de José Mauro Coelho, Marcelo Gasparino, José Abdalla e Luiz Caroli para o conselho de administração da companhia, e o conselho aprovou a indicação de José Mauro Coelho para a presidência.

Além disso, o TCU (Tribunal de Contas da União) marcou para a próxima quarta-feira (20) o julgamento da segunda etapa da privatização da Eletrobras. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, a percepção do governo é que, caso o julgamento de fato seja concluído nesta data, será possível finalizar a desestatização da companhia até 13 de maio.

Há, porém, risco de os ministros do TCU apresentarem pedidos de vista, atrasando o cronograma do governo. A data de 13 de maio é importante porque permite que a empresa use os dados do balanço do quarto trimestre de 2021 para fazer a oferta de ações – caso contrário, terá de esperar a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2022, previsto para maio.

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