BTG Pactual (BPAC11) acredita que novo governo vai “atuar de maneira responsável”

CFO da instituição financeira reconhece que cenário ainda é de incertezas na política econômica, mas vê isso como "natural" em um processo de transição de governo

Foto: Shutterstock/Wirestock Creators

O CFO do BTG Pactual, Renato Cohn, afirmou na tarde desta terça-feira (8) que espera “poucas mudanças” na política econômica do país com a troca de governo, após a a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que voltará ao Palácio do Planalto depois de 12 anos.

“Eu acredito que o novo governo vai atuar de maneira responsável, como vem indicando, e como atuou em vários momentos do passado”, disse o executivo, durante coletiva de imprensa, para comentar os resultados do banco no terceiro trimestre.

Ele ressaltou que ainda há incertezas em relação a qual será a política econômica do novo governo, principalmente na área fiscal, mas reconheceu que isso é natural em um processo de transição e disse que, com o tempo, a situação ficará mais clara.

Também na coletiva, Cohn confirmou que o BTG se juntou à Prisma Capital, em uma joint venture, para assumir a gestão de fundos da gestora Captalys, conforme antecipou uma reportagem do Brazil Journal, que disse que há uma demanda de investidores dos fundos para que houvesse uma transferência para um novo gestor.

Negócio com a Captalys

A gestora tem 25 fundos com cerca de R$ 6 bilhões em patrimônio. A operação ocorre um mês depois de repercutir negativamente a performance do principal fundo de crédito da Captalys, o Orion.

Cohn lembrou, contudo, que o acordo ainda depende da aprovação dos cotistas da Captalys. “Para nós será bom porque adiciona serviços e uma nova base de clientes, é uma oportunidade”, disse o executivo, que disse não ter mais detalhes da operação.

Ele lembrou que os ativos em negociação envolviam a parte de crédito, de Fdics e novas tecnologias, “que vão ajudar a área de asset management em seu contínuo crescimento.”

Balanço

No terceiro trimestre, o BTG Pactual apresentou um lucro líquido ajustado de R$ 2,3 bilhões, alta de 28% em relação ao mesmo período anterior. O resultado ficou acima das expectativas do Santander, XP e Itaú BBA, que projetavam, respectivamente R$ 2,14 bilhões, R$ 2,15 bilhões e 2,15 bilhões.

De acordo com o próprio banco, o lucro foi impulsionado por uma receita recorde no trimestre, com alta de 23,7% na base comparativa anual e atingiu R$ 4,75 bilhões.

Para o analista Jader Lazarini, do TradeMap, o destaque ficou para a rentabilidade do BTG Pactual. O ROAE (Retorno sobre Patrimônio Líquido Médio) anualizado ficou em 22%, quase dois pontos percentuais acima do reportado no mesmo período de 2021.

“O número é forte, maior que a projeção anteriormente indicada pelo banco, na casa dos 20%, e foi atingido mesmo diante de um crescimento de 16,5% no patrimônio líquido, que chegou a R$ 42,26 bilhões”, disse o analista, em análise do balanço do banco.

Na coletiva, o CFO do BTG lembrou que o mercado reagiu com “certo ceticismo” quando a instituição estabeleceu que iria perseguir um retorno em torno de 20% e disse que o banco tem se beneficiado de um impulso da operação, com o avanço da receita.

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