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BTG dá “benefício da dúvida” ao Nubank (NUBR33) e vê operação de custo baixo como bom sinal

Analistas veem potencial de crescimento com bons resultados, mas ações devem seguir voláteis

Foto: Shutterstock

O potencial de crescimento da carteira de crédito, aliado aos baixos custos de aquisição de clientes e de serviço, devem favorecer o Nubank (NUBR33), que pode se tornar o “vencedor” no longo prazo, de acordo com analistas do BTG Pactual.

Apesar da performance recente das ações, que acumulam perdas de mais de 50% no ano, o BTG resolveu dar o “benefício da dúvida” ao Nubank depois de se reunir com a gestão do banco. “No geral, mais uma vez saímos da reunião com o Nubank muito impressionados com a qualidade da discussão, o conhecimento do time de gestão e a sua visão para o modelo de negócios”, escrevem os analistas, em relatório distribuído nesta quarta-feira (8).

Em primeiro lugar, o BTG aponta que, para que um banco seja um “vencedor de longo prazo” na indústria financeira da América Latina, é necessário apresentar baixos custos de serviço, de aquisição de clientes, de risco e de capital. E, de acordo com o CFO do Nubank, diz o BTG, o roxinho tem tudo isso.

Um dos fatores por trás do baixo custo de risco, na análise do BTG, é a própria filosofia de subscrição de crédito do banco, que envolve muitas rodadas de testes antes da aposta em um novo produto, o foco em modelos de crédito que garantam lucratividade saudável independentemente do cenário e a ampla compreensão do comportamento dos clientes.

Para o BTG, outra vantagem importante do Nubank, é sua capacidade de coletar dados e adaptar seus modelos de crédito com rapidez.

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Ainda sobre crédito, a gestão do banco vê muito potencial de crescimento de carteira, uma vez que a participação de mercado do Nubank neste segmento é de cerca de 2%.

Mais do que isso, o roxinho espera crescer principalmente em crédito colateralizado, como consignado, que deve ser lançado neste ano. Atualmente, 30% dos indivíduos que recorrem a empréstimos consignados no sistema financeiro já são clientes do Nubank, o que abre oportunidade de venda cruzada.

A expectativa do Nubank é que, apesar de vir crescendo em um ritmo mais lento do que o inicialmente esperado, o lançamento de novos produtos, personalizados para cada perfil de cliente, deve favorecer a venda cruzada de investimentos.

Além do crédito, o Nubank também espera continuar expandindo sua base de clientes corporativos, que já soma 1,6 milhão de pequenas e médias empresas. Outra oportunidade importante de crescimento são as operações no México e na Colômbia, que vêm superando as expectativas, dizem os executivos, segundo o BTG.

Finalmente, o banco também está bem-posicionado para aproveitar oportunidades relacionadas ao PIX, por meio do lançamento de novos produtos, como a oferta de crédito no modelo buy now pay later e ferramentas voltadas a empresas, ressalta o relatório.

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Apesar de todos estes pontos que jogam a favor do Nubank, o patamar de preço das ações, que o BTG considera alto, e a exposição a segmentos arriscados como o crédito sem garantia para a pessoa física ainda inspiram cautela nos analistas do banco de investimento. A expectativa dele é que o preço da ação continue volátil, podendo sofrer correções pelo menos ao longo deste ano.

Assim, com o “benefício da dúvida”, o banco reiterou sua recomendação neutra para a ação, com preço-alvo de US$ 4, o que corresponde a baixa de 7% em relação ao valor do papel no fechamento de terça-feira, de US$ 4,29.

Da mesma forma que o BTG, o mercado como um todo parece dividido entre cautela e otimismo. De acordo com dados da Refinitiv disponíveis no TradeMap, dez de 17 instituições financeiras consultadas recomendam a compra da ação, quatro indicam a manutenção do papel em carteira e três acreditam ser hora de vender.

A mediana de preços-alvo dos analistas é de US$ 9,10 – potencial de alta de 112%. Por volta das 13h30 desta quarta-feira, os papéis do Nu, negociados em Nova York, tinham alta de 3,58%, cotados a US$ 4,48, enquanto os BDRs (Brazilian Depositary Receipt), negociados na Bolsa brasileira, subiam 3,15%, a R$ 3,60.

Gráficos com análise de especialistas sobre as ações do Nu
Fonte: TradeMap

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