Bolsas do exterior caem, ainda pressionadas por receio com fim de estímulos à economia

Dados de inflação nos Estados Unidos estarão no foco do mercado nesta semana

As bolsas internacionais operam em queda no início desta semana, com investidores ainda se ajustando à possibilidade de remoção mais rápida dos estímulos dos grandes bancos centrais ao crescimento da economia.

Este cenário ganhou força na semana passada depois de o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, mostrar que algumas de suas autoridades acham razoável reduzir o balanço da instituição enquanto os juros do país estiverem subindo. Isso para combater a inflação no país, que está nos níveis mais altos desde a década de 1980.

O balanço do Fed cresceu durante os anos de crise financeira porque a instituição comprou títulos hipotecários e da dívida dos Estados Unidos, injetando dinheiro na economia e proporcionando estímulo ao crescimento. A redução do balanço teria o efeito contrário.

O banco BBH apontou que os dados sobre o mercado de trabalho americano, divulgados na sexta-feira, mostram que a instituição está tentando evitar um superaquecimento da economia que prolongaria os níveis altos de inflação.

“Achamos que os Estados Unidos estão muito perto do pleno emprego. Estamos com 2,76 milhões de empregos a menos que no pico observado em dezembro de 2019. Ao mesmo tempo, a força de trabalho encolheu em 2,285 milhões”, disse o BBH.

“Alguns desses trabalhadores podem voltar, mas evidências sugerem que muitos não vão, pelo menos com os salários atuais. Não levaria mais do que dois meses de ganhos inexpressivos de emprego para reduzir a taxa de desemprego ao nível de 3,5% que prevalecia antes da pandemia e que muitos consideram ser pleno emprego”, acrescentou.

Na Europa, a situação é parecida. A inflação por lá também está elevada e nos maiores níveis em quase quatro décadas, e mais cedo a agência de estatísticas europeia divulgou um declínio na taxa de desemprego de 7,3% para 7,2% em novembro. As autoridades do Banco Central Europeu (BCE), porém, foram menos incisivas que as do Fed até agora a respeito da remoção dos estímulos.

Por volta das 9h40 (de Brasília), o índice Euro Stoxx 50, que inclui ações de vários países europeus, caía 0,42%. Nos Estados Unidos os contratos futuros dos principais índices acionários também recuavam – Dow Jones perdia 0,14%, S&P 500 caía 0,32% e Nasdaq 100 tinha queda de 0,67%.

A rápida disseminação da covid-19 também segue no radar do mercado, que teme novas medidas de restrição à circulação de pessoas e ao funcionamento das empresas diante da disparada de novos casos no hemisfério norte continuam. As hospitalizações e mortes provocadas pela doença, no entanto, estão crescendo em ritmo bem menor do que o número de recém-infectados, o que mitiga parcialmente este receio.

Nesta semana, os investidores devem acompanhar os dados de inflação nos Estados Unidos e na China. Na terça às 22h30, a China informa o seu CPI (índice de preços ao consumidor) de dezembro. Na quarta é a vez de os Estados Unidos informarem seus dados de inflação do consumidor. O resultado será divulgado às 10h30.

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