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Bolsa perde um pouco do ímpeto, mas sobe impulsionada por varejistas e petroleiras

Divulgação das vendas no varejo em fevereiro no Brasil animou as empresas do ramo e petroleiras continuam a surfar na alta da commodity

Foto: Shutterstock

Assim como o visto no pregão de ontem, mas sem muito sucesso, o Ibovespa dá sinais de recuperação durante a tarde desta quarta-feira (13), impulsionado por ações de varejistas e de petroleiras. Por volta de 13h (de Brasília), índice subia 0,43%, aos 116.650 pontos.

Na ponta positiva, quem liderava as subidas era a Ultrapar (UGPA3), que valorizava 3,89%, seguida por Totvs (TOTS3), que crescia 3,97%, refletindo o anúncio feito ontem da criação de uma joint venture junto com o Itaú Unibanco (ITUB4), que irá utilizar tecnologia para oferecer serviços financeiros personalizados a clientes corporativos.

Em fato relevante, o banco explicou que a joint venture “terá como objetivo a distribuição e a ampliação de serviços financeiros integrados aos sistemas de gestão da Totvs, baseados em uso intensivo de dados, voltados para clientes empresariais e toda a sua cadeia de fornecedores, clientes e funcionários”.

Ainda no sinal verde, os setores de construção civil e o de varejo subiam em bloco nesta quarta-feira. Para Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos, o primeiro é impulsionado pelas recentes prévias operacionais do primeiro trimestre de algumas empresas, enquanto o segundo reflete o resultado positivo das vendas no varejo em fevereiro, que subiram 1,1%, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Dentre as construtoras, a Tenda (TEND3) era quem mais subia, crescendo 1,81%, seguida por MRV (MRVE3) que valorizava 1,50%. Na noite de terça-feira (11), a Direcional (DIRR3) e a Mitre (MTRE3) divulgaram suas prévias operacionais do primeiro trimestre, mostrando resultados positivos, que parecem ter contagiado o setor.

A Direcional, que é voltada para empreendimentos populares e de médio padrão, registrou vendas líquidas de R$ 621,9 milhões no primeiro trimestre de 2022, uma alta de 21% em relação ao mesmo período no ano passado, sendo que março foi o melhor mês de vendas líquidas da história da companhia. Com isso, a construtora teve o maior volume de vendas para um primeiro trimestre.

Em relatório, a Genial Investimentos afirma que a construtora apresentou “bons números operacionais” no primeiro trimestre, embora a instituição tivesse uma projeção para VGV de R$ 629 milhões e para vendas líquidas de R$ 657 milhões.

Já a Mitre atingiu R$ 153,5 milhões em vendas líquidas no primeiro trimestre de 2022, número 85,3% superior ao mesmo período em 2021.

Segundo a Genial, a Mitre reportou “números operacionais saudáveis”. “Mesmo sem lançar empreendimentos no trimestre, a companhia conseguiu vender quase R$ 154 milhões do seu estoque. Assim, a VSO (velocidade de vendas) dos últimos 12 meses subiu para 40,5%”.

No caso do varejo, o avanço de 1,1% no volume de vendas do comércio varejista nacional na passagem de janeiro para fevereiro deste ano animou as empresas do segmento. O dado veio bem acima do esperado e o setor está 1,2% acima do patamar pré-pandemia.

Dentre as empresas do segmento, os destaques eram o Grupo Soma (SOMA3), que crescia 2,43%, e a C&A (CEAB3), que tinha valorização de 2,10%.

Petroleiras ajudando a Bolsa

Lideradas por Petrobras (PETR4), as empresas ligadas ao setor de petróleo apresentavam altas no pregão. No caso da estatal, que subia 1,86% no Ibovespa, os investidores aguardam a assembleia geral ordinária que acontecerá às 15h (de Brasília), onde os acionistas da empresa decidirão quem serão os novos responsáveis pelo comando da companhia.

O foco dos investidores estará em dois nomes, especificamente: José Mauro Coelho e Márcio Weber. Indicados pelo governo federal, maior acionista da estatal, eles concorrem, respectivamente, aos cargos de executivo-chefe e de presidente do conselho de administração da Petrobras. Os papéis ordinários da empresa (PETR3) cresciam 2,16%.

Enquanto isso, a PetroRio (PRIO3) subia 1,14% e 3R Petroleum (RRRP3) valorizava 1,63%. No caso das empresas menores, o grande destaque fica por conta de Dommo Energia (DMMO3), que via seus papéis crescerem 22,58% após a notícia de que a Prisma Capital, dona de 51,99% da empresa, decidiu contratar o Santander para ajudar a vender os ativos da petroleira, de acordo com o site Pipeline, do jornal Valor Econômico.

O site ainda afirmou que uma das interessadas na companhia é a PetroRio, que já comprou campos da Petrobras no passado. Crespi vê as altas das empresas de petróleo acompanhando o preço do Brent, que serve como base internacional para a commodity.

Na ICE, cada barril do produto era avaliado em US$ 106, o que representa uma alta de 2% na comparação intradia.

Quedas do dia

Na ponta negativa, o setor de frigoríficos era o grande destaque, com BRF (BRFS3) caindo 2,77% e Marfrig (MRFG3) que tinha queda de 2,26%. Para Crespi, a primeira sofre mais que as outras pelo aumento do cenário inflacionário nos Estados Unidos e Europa, que aumenta os custos dos insumos, principalmente os grãos.

Contudo, o setor tinha uma empresa na contramão, a Minerva Foods (BEEF3), que crescia 2,20%. O analista da Guide atribui essa discrepância ao mercado comprador da companhia que é maior na América do Sul e na China, e não os Estados Unidos.

Além delas, compunham o pódio das quedas a CVC (CVCB3), caindo 3%, a Rede D’Or (RDOR3), recuando 2,80% e a Sul América (SULA11), que desvalorizava 2,54%.

Bolsas internacionais 

No exterior, os principais índices acionários operam sem direção única, com a Europa recuando e os Estados Unidos subindo.

No Velho Continente, os investidores digerem os dados de inflação no Reino Unido, que registraram uma alta de 7% em março, número maior do que o esperado e um recorde para os últimos 30 anos.

Dados do Escritório de Estatísticas Nacionais, divulgados ontem, mostraram aumentos de preços generalizados por lá, desde combustível para veículos até alimentos e móveis. A leitura coloca mais pressão sobre o Banco da Inglaterra para aumentar as taxas de juros na região.

Por lá, os índices acionários tinham queda nesta quarta-feira. O FTSE 100, de Londres, recuava 0,03%, enquanto o DAX, da Alemanha, desvalorizava 0,41%. O índice Euro Stoxx 50, que reúne empresas de toda a zona do euro, tinha uma queda de 0,09%.

Nos Estados Unidos, o que movimenta os mercados é a expectativa pelo início da temporada de balanços do primeiro trimestre, que começa hoje com as divulgações do JP Morgan, Delta e da BlackRock.

Enquanto isso, em Wall Street as bolsas subiam, com Nasdaq apontando 1,49% para cima, S&P 500 crescendo 0,69% e Dow Jones valorizando 0,57%.

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