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Bolsa cai com mau humor externo após frustração nos EUA – Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) lideram perdas

Por volta das 13h30, o principal índice da B3 caía 1,05% e operava aos 107.312 pontos

Foto: Shutterstock

Assim como na maioria dos pregões recentes, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, recua nesta quinta. No radar dos investidores, o sentimento global de aversão ao risco continua derrubando os mercados e a expectativa pré-eleição por aqui contribui para o cenário de incerteza.

Por volta das 13h30, o IBOV caía 1,05% e operava aos 107.312 pontos. A ponta negativa do índice era composta por Gol (GOLL4 -7,64%), Azul (AZUL4 -6,69%), Americanas (AMER3 -6%) e Petz (PETZ3 -5,74%).

Na visão do analista Leonardo Piovesan, da Quantzed, a abertura dos negócios em Wall Street negativa é o principal fator que pressiona o índice local.

“O que desencadeou essa baixa generalizada foi a divulgação dos pedidos de seguro-desemprego nos EUA, que vieram abaixo do consenso. Isso quer dizer que a economia se mostra mais resiliente do que o esperado”, avalia.

Esse sinal de economia aquecida é ruim para os investidores porque pode sinalizar um aperto monetário ainda mais forte vindo do banco central americano (Federal Reserve, o Fed) no futuro. “Os indicadores de trabalho têm sido um ponto de atenção forte para o Fed”, complementa Piovesan.

Por aqui, as ações da Via (VIIRA3) perdiam 6%, SulAmérica (SULA11) recuava 5,75% e Rede D’Or (RDOR3) apontava em 5,50% para baixo.

O papel da Rede D’Or  figurava entre as maiores perdas do Ibovespa após o Itaú BBA sinalizar um ticket médio menor no segundo trimestre do ano, uma vez que as negociações de preço entre a empresa e as operadoras devem demorar mais do que o esperado.

Com isso, o banco rebaixou o preço-alvo da Rede D’Or de R$ 45 para R$ 41 ao fim de 2023, uma valorização potencial de 41% em relação ao nível atual. Apesar disso, o BBA manteve a recomendação outperform (equivalente à compra).

Em relatório, os analistas Vinicius Figueiredo, Lucca Marquezini e Felipe Amancio revisaram também as projeções de lucros para 2022 e 2023 em 22% e 23%, respectivamente. Agora, o lucro líquido anual previsto é de R$ 1,14 bilhão neste ano e R$ 1,95 bilhão no ano que vem.

Além disso, o banco reduziu a expectativa de Ebitda (o lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação) em 8% para 2022 e 10% para o ano que vem. Em termos reais, os novos montantes esperados são de R$ 5,57 bilhões e R$ 7,22 bilhões, nesta ordem.

“Nosso cenário reflete, além da revisão mais baixa no ticket médio, uma projeção de Selic média de 13% em 2023, sendo que antes a projeção era de 12%”, afirmam os analistas do Itaú BBA.

As poucas altas do pregão

Na ponta positiva, o setor bancário liderava os ganhos. Itaú Unibanco (ITUB4) ganhava 1,09%, Itaúsa (ITSA4), a holding do Itaú, subia 0,85%, e Bradesco (BBDC4) avançava 0,71%. Leonardo Piovesan, da Quantzed, ressalta que nem os dados positivos de deflação e de emprego por aqui conseguem “fazer preço na Bolsa”.

Primeiro, o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) acelerou a queda e recuou ainda mais em setembro, registrando deflação de 0,95% neste mês, segundo dados da FGV/ Ibre divulgados nesta quinta-feira (29). A expectativa de analistas de mercado era de um tombo um pouco menor nos preços, de 0,89%.

Depois, a criação de empregos medida pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) no Brasil mostrou um novo avanço em agosto com a geração de 278,6 mil postos com carteira assinada, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (29).

O número veio melhor do que o esperado pelo mercado. O consenso Refinitiv apontava a criação de 268 mil vagas formais.

Bolsas internacionais em queda

O cenário lá fora é negativo para os principais mercados com os investidores preocupados com a desaceleração econômica global causada pelos apertos monetários em diversos países.

Na Europa, o índice de confiança do consumidor na zona do euro registrou 93,7 pontos, marcando uma nova mínima histórica. Ao mesmo tempo, temores com a inflação que segue alta continuam no radar do mercado.

“Ainda em solo europeu, a primeira-ministra do Reino Unido, Liz Truss, defendeu seu pacote de incentivos fiscais mesmo após a forte turbulência causada nos mercados”, lembrou a XP, em relatório matinal.

Veja o desempenho dos índices globais por volta das 13h:

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