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BB Seguridade (BBSE3) deve elevar parcela do que paga em dividendos até o fim do ano; ações sobem

No primeiro semestre, a holding distribuiu 80% do lucro líquido em dividendos a acionistas

Foto: Shutterstock

A BB Seguridade (BBSE3), conhecida por transformar a maior parte do lucro líquido em dividendos para os acionistas, deve elevar a proporção do que será distribuído até o fim do ano, em comparação ao que já foi anunciado para o primeiro semestre, afirmou na manhã desta segunda-feira (8) o CFO da companhia, Rafael Sperendio, em teleconferência com jornalistas para comentar os resultados do segundo trimestre.

Com o encerramento do primeiro semestre, a BB Seguridade vai distribuir R$ 2,1 bilhões aos acionistas, o equivalente a 80% do lucro líquido do período (R$ 2,5 bilhões), cálculo que o mercado chama de payout – o quanto do lucro será distribuído em dividendos.

“Há um potencial considerável de aumentar esse índice substancialmente no segundo semestre”, disse o CFO da empresa. “Dado o cenário de incerteza nos mercados, estamos retendo bastante capital, e devemos liberar isso até o final de fevereiro.”

A expectativa de aumento da distribuição de dividendos ocorre em meio a um cenário de melhora também dos resultados. Entre abril e junho, a empresa registrou o maior lucro líquido para um trimestre desde o IPO, realizado em 2013. Foi apurado o total de R$ 1,4 bilhão em ganho, alta de 86,6% em relação a igual período do ano passado.

O avanço ocorreu tanto por causa do crescimento do resultado operacional dos negócios de seguros, com expansão dos prêmios emitidos e diminuição da sinistralidade, como também em razão do aumento do resultado financeiro, que basicamente representa os ganhos da BB Seguridade com os recursos que aplica em ativos, a maioria de renda fixa, em meio à elevação da Selic no último um ano e meio.

Na Brasilseg, principal negócio de seguros do BB, a receita com prêmios emitidos somou R$ 3,8 bilhões no segundo trimestre, crescimento de 22,9% em relação a igual período do ano passado. No acumulado do primeiro semestre, a expansão foi de 21,2%.

O crescimento tem sido acima do esperado pela empresa e motivou os executivos a revisarem a projeção para o ano todo. Antes, a BB Seguridade esperava que os prêmios emitidos pela Brasilseg crescessem entre 10% e 15% em 2022. Agora, a estimativa é de aumento de 20% a 25%.

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Os sinistros retidos, por sua vez, caíram 35,9% no segundo trimestre da Brasilseg e devem contribuir para um melhor resultado operacional da holding, no cálculo que desconsidera os ganhos com juros e também teve projeção para o ano revisada para melhor.

Antes, a BB Seguridade esperava que o resultado operacional não decorrente de juros subisse entre 12% e 17%. Agora, a expectativa é de avanço de 20% a 25%.

Além disso, com a alta dos juros, o resultado financeiro tem crescido. No acumulado do primeiro semestre, o resultado financeiro, que reflete basicamente as aplicações feitas pela holding em juros pós-fixados, representou 15,4% do lucro líquido.

Na primeira metade do ano passado, quando os juros estavam mais baixos, a contribuição do resultado financeiro para o lucro líquido foi negativa em 2,1%.

“Até o fim do ano, esperamos que a contribuição do resultado financeiro para o lucro líquido convirja para algo em torno de 20%, voltando aos níveis de 2016 e 2017”, disse o CFO da BB Seguridade, que destacou que 68% dos recursos estão alocados em pós-fixados.

Segundo ele, o número só não será maior porque, com o aumento da taxa de juros, a holding acaba sendo prejudicada pelas marcações a mercado que ocorrem com a abertura da curva de juros futuros. “Chegamos a perder cerca de R$ 100 milhões por causa disso”, afirmou Sperendio.

Por volta das 11h, o mercado reagia bem aos números da BB Seguridade. A ação da holding (BBSE3) subia 2,53%, a R$ 29,20.

BB Seguridade refinitiv
Arte: Rachel Santos/TradeMap

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