O segundo trimestre foi desafiador para o setor bancário, que viu aumento na inadimplência e alta na provisão para créditos duvidosos, em decorrência do cenário econômico adverso. Com o Banrisul (BRSR6), banco estatal do Rio Grande do Sul, não foi diferente.
Entre abril e junho deste ano, a margem financeira caiu e o lucro do Banrisul recuou na comparação anual – embora o pagamento de dividendos continue em alta.
No período, o lucro líquido da instituição atingiu R$ 227,8 milhões, queda de 14,1% na comparação com o mesmo período do ano passado. A margem do banco, por sua vez, caiu 10,7%, para R$ 1,11 bilhão.
Mesmo com essa instabilidade financeira, a carteira de crédito cresceu 21,7% em um ano, para R$ 44,58 bilhões, majoritariamente ligada a créditos de pouco risco com pessoas físicas (como consignado) e ao agronegócio, sólido setor da economia.
O índice de inadimplência acima de 90 dias terminou o mês de junho em 1,78%, bem abaixo da média nacional e dos grandes bancos do país.
Segundo Nathan Meneguzzi, head de Relações com Investidores do Banrisul, o banco visa continuar crescendo, mas com risco controlado.
Na TradeLive desta semana, o executivo afirmou que a instituição tem observado outras linhas de crédito mais arriscado, como cartão de crédito e cheque especial, mas a ideia é manter a qualidade do crédito sob controle.
Mesmo com o cenário desafiador, o banco continua sendo um bom pagador de dividendos. Nos últimos 12 meses, foram pagos R$ 1,17 por ação, o equivalente a um DY (dividend yield) de mais de 10%, com base na cotação atual.
Meneguzzi relembrou que historicamente o Banrisul tem payout (parcela do lucro que é distribuído aos investidores) de 40%, sendo 25% estatutário e 15% complementar. Neste ano, essa fatia foi elevada para 50%, com a visão para benefícios fiscais. Para o ano que vem, ainda não há definição.
Essas e outras questões — como o tema da privatização — foram respondidas pelo head do Banrisul na TradeLive desta semana. Confira a entrevista!