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Banco do Brasil (BBAS3) vê espaço para manter dividendos em 40% do lucro

Proventos de R$ 2,2 bilhões serão pagos em 30 de novembro

Foto: Shutterstock/rafapress

O presidente do Banco do Brasil (BBAS3), Fausto Ribeiro, afirmou que a instituição trabalha para manter o atual nível de dividendos da instituição, que é um “payout” (fatia do lucro distribuída aos acionistas) de 40% .

“É uma decisão técnica. Olhamos não só o controlador, mas também os mais de 1 milhão de acionistas privados. O nosso cenário base é de manutenção do payout. O anúncio deverá ocorrer entre o final do ano e início de 2023”, disse nesta quinta-feira.

Na visão do banco, essa distribuição do lucro, embora acima do mínimo previsto pela legislação, que é de 25%, permite o crescimento dos negócios.

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O BB divulgou na quarta-feira (9) à noite um lucro líquido de R$ 8,3 bilhões, crescimento de 62,7% em comparação a igual período do ano passado.

O BB vai pagar cerca de R$ 2,2 bilhões em dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP) referente ao terceiro trimestre. O valor por ação dos dividendos será de R$ R$ 0,17020609037 e do JCP de R$ R$ 0,63447765093. O pagamento irá ocorrer em 30 de novembro levando em conta a base de acionistas do dia 21 de novembro.

Melhor que a concorrência

Questionado sobre o desempenho do banco ter sido na contramão do registrado por Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC3, BBDC4), Ribeiro afirmou que a estrutura da carteira, postura conservadora e controle da inadimplência contribuíram para o resultado do BB.

“Temos concentração em alguns produtos. Um terço da carteira está no agronegócio, que tem uma inadimplência baixa e é um setor que se beneficiou do aumento do preço das commodities”, disse.

Isso não significa que o BB se viu livre da piora da qualidade de crédito. O banco elevou as provisões do trimestre em 15,1% na comparação com igual período do ano passado, para R$ 4,5 bilhões.

 

Esses gastos estão atrelados ao aumento dos atrasos superiores a 90 dias. A taxa de inadimplência ao final de setembro era de 2,34%, ante 2% no trimestre passado e ante 1,82% no terceiro trimestre de 2021.

Esse aumento da inadimplência está ligado às linhas consideradas mais arriscadas, que são as sem garantia, como cartão de crédito e crédito pessoal.

No caso do cartão de crédito, a inadimplência chegou a 10,3%, ante 4,11% no terceiro trimestre de 2021. Essa carteira, no entanto, responde por menos de 5% da carteira do total do BB, que é de R$ 969,2 bilhões.

Ainda assim, a expectativa é que a inadimplência nessas linhas mais arriscadas comece a ceder no quarto trimestre e início do ano que vem.

Margem financeira

O BB registrou um crescimento de 28,4% na margem financeira líquida, para R$ 15 bilhões.

O vice-presidente de Finanças, Ricardo Forni, afirmou que a perspectiva é positiva para a margem no ano que vem. Isso porque é esperado o início da redução da taxa de juros, o que é benéfico para os bancos.

“Quando a Selic começar a cair, vai ter um benefício na margem, que é o passivo do banco ter uma queda de custo mais rápida que o ativo (os créditos a receber)”, explicou.

Outro fator que pode contribuir para essa margem financeira é o controle da inadimplência.

Forni explicou que quando o banco percebeu que os atrasos começariam a subir, foi tomada a decisão de “apertar” a concessão de crédito, ou seja, dar dinheiro novo apenas para os clientes de menor risco.

“As novas safras (de crédito) estão se mostrando mais saudáveis. São medidas que tomamos e que vão mostrar efeito a partir do quarto trimestre”, contou.

Transição de governo

Ribeiro afirmou que como o processo de transição para o governo do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, está no início, ainda não houve pedido de informações relativas ao banco.

Segundo o executivo, o pedido dessas informações ficará concentrada na presidência do banco, enquanto a vice-presidência corporativa está cuidando na infraestrutura da equipe de transição, que ocupa um espaço no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.

“O protagonismo do banco está restrito a isso. Claro que em um momento oportuno a equipe de transição vai pedir informações sobre o status do banco, mas está tudo bem no início e a transição deve ganhar tração ao longo das próximas semanas”, diz.

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