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Balanços no Brasil e nos EUA e tensão fiscal – o que importa hoje

Investidores repercutem ainda resultado da Netflix e decisão da China de manter juros

Foto: Shutterstock

As atenções do mercado se voltam nesta quarta-feira (20) à temporada de balanços nos Estados Unidos e no Brasil, que começa a ganhar força hoje com a divulgação do resultado do segundo trimestre da WEG (WEGE3) antes do fechamento.

A empresa viu a demanda por seus produtos aumentar no período, ao mesmo tempo em que também teve custos maiores. Como resultado, registrou um lucro líquido de R$ 912 milhões entre abril e junho, queda de 19,5% em relação ao mesmo trimestre de 2021.

Lá fora, o balanço da Netflix (NFLX34) animou os mercados na noite de ontem. Apesar de registrar queda no número de usuários e revisar para baixo suas projeções para o ano, as ações da empresa de streaming subiam mais de 6% no after market. A companhia encerrou o segundo trimestre com receita de US$ 7,97 bilhões, abaixo das estimativas, mas o lucro por ação foi maior do que o esperado por analistas.

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Nesta quarta, após o fechamento do mercado, serão informados os resultados da Tesla (TSLA34), United Airlines e Alcoa. A temporada atual de balanços é acompanhada com atenção redobrada pelos investidores, que, em meio a temores de recessão, buscam sinalizações do que vem pela frente para a economia dos Estados Unidos.

Os mercados ainda repercutem a decisão da China de manter os juros básicos inalterados e a notícia de que a Rússia deve restabelecer o fornecimento de gás pelo gasoduto Nord Stream 1 à Europa após período de manutenção, segundo fontes ouvidas pela Reuters. Havia receio de que não houvesse essa retomada, o que poderia complicar a situação econômica da Europa.

Os índices futuros americanos operam em leve queda nesta quarta. Por volta das 8h10, o Dow Jones recuava 0,18%, o S&P 500 caía 0,16% e o Nasdaq recuava 0,06%. No mesmo horário, o EuroStoxx 50, principal índice europeu, estava em queda de 0,46%.

Tensão fiscal

O mercado ainda continua repercutindo as taxas elevadas pedidas pelos investidores nos leilões de títulos públicos do Tesouro, em meio ao receio com o agravamento do cenário fiscal com a aproximação das eleições presidenciais e a possibilidade de o BC ter que manter os juros elevados por mais tempo.

Esse cenário já bate no Tesouro Direto: os papeis negociados pela plataforma fecharam em forte alta ontem, em meio a um aumento da preocupação com o risco fiscal no mercado doméstico e expectativa de alta de juros lá fora.

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O movimento reflete o aumento dos prêmios de riscos no mercado local diante do aumento dos gastos do governo fora do teto de gastos (medida que limita o aumento das despesas públicas à variação da inflação do ano anterior) após a aprovação da PEC dos Benefícios e a incerteza sobre a política fiscal após as eleições.

Por que isso importa?

Quando o risco de descontrole das contas públicas de um país se eleva, investidores passam a pedir taxas de juros maiores lá na frente para comprar seus títulos públicos – ou, de forma mais simples, para emprestar dinheiro ao governo. Isso tende a reduzir o valor das ações de empresas negociadas em Bolsa e a desvalorizar o real.

 

 

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