Azul (AZUL4) dispara na Bolsa após projetar mais de R$ 5 bi em geração de caixa para 2023

Número projetado para o próximo ano é 39% superior ao que a empresa apresentou em 2019, antes da pandemia

Foto: Shutterstock/Miguel Lagoa

A ação da Azul (AZUL4) opera entre as maiores altas do pregão desta quarta-feira (7), dia em que a companhia promoveu o seu Investor Day, evento em que a empresa reúne investidores e analistas para apresentar o cenário e as perspectivas para o negócio.

Por volta das 17h20, a ação mais líquida da companhia aérea (AZUL4) anotava valorização de 4,58%, a R$ 11,64.

No evento, a Azul disse que projeta terminar o ano que vem com mais de R$ 5 bilhões de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), um indicador que reflete a capacidade da empresa de gerar caixa.

O número é 39% superior ao que a empresa apresentou em 2019, o último ano antes da pandemia. Em relatório a clientes, os analistas do Goldman Sachs, Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Mendes, que participaram do evento, disseram que a projeção da Azul para o Ebitda de 2023 está 6% acima da estimativa do próprio banco, de R$ 4,7 bilhões.

Para 2022, a Azul espera que o Ebitda fique em cerca de R$ 3 bilhões, um pouco abaixo da projeção do Goldman Sachs, de R$ 3,2 bilhões. A empresa afirmou também que, em 2025, o Ebitda deverá ser o dobro do que foi anotado em 2019.

A gestão da Azul informou também que espera que a oferta de voos tenha uma expansão de 11% em 2022 em relação a 2019, impulsionada pela expansão da frota e aeronaves maiores.

A Azul notou ainda que espera que a lucratividade continue sua trajetória de recuperação em 2023, à medida que a empresa continue a aumentar as receitas unitárias (o quanto a companhia fatura por passageiro) para refletir o ambiente de custo mais alto visto atualmente.

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Uma das principais preocupações de analistas e investidores com o setor aéreo é o alto nível de endividamento, principalmente depois da pandemia, que diminuiu bruscamente a oferta e a demanda por voos. Um dos reflexos disso, foi o aumento da alavancagem, indicador que mede o quanto a dívida líquida supera a geração de caixa (Ebitda), em uma tentativa de analisar se o negócio gera caixa suficiente para bancar suas dívidas. Quanto maior a alavancagem, pior.

No evento, a empresa ressaltou que vê espaço para reduzir organicamente sua alavancagem nos próximos anos, à medida que o Ebitda aumenta. A Azul espera que a alavancagem em 2022, 2023 e 2024 seja, respectivamente, de 5 vezes, 4 vezes e 3 vezes, contra 11,2 vezes em 2021.

“Além disso, a empresa observou que vê diferentes alternativas de financiamento nos próximos anos (por exemplo, novas linhas de bancos locais, rolagem de dívidas, financiamento de fornecedores, linhas de financiamento para investir, negociação com locadores e alavancagem de ativos não onerados)”, escreveram os analistas do Goldman Sachs. “No entanto, a empresa observou que um aumento de capital não seria uma primeira escolha atualmente, dadas as condições macro atuais.”

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