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Azul (AZUL4) bate recorde de receita, mas custos com combustíveis pesam e prejuízo fica acima do esperado

Apesar do resultado negativo, balanço do terceiro trimestre mostra desaceleração das perdas

Foto: Shutterstock/Miguel Lagoa

Apesar de a receita da Azul (AZUL4) ter atingido novo recorde no terceiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado, o aumento dos custos, sobretudo com combustível, impactou os resultados e fez a companhia aérea registrar um prejuízo bastante acima do esperado, segundo dados do balanço divulgados antes da abertura do mercado nesta quinta-feira (10).

A receita da empresa foi de R$ 4,4 bilhões no período, alta de 61% ante o terceiro trimestre do ano passado. Este foi o segundo trimestre seguido com faturamento recorde e o quarto em que a receita ultrapassa os níveis pré-pandemia.

O resultado foi impulsionado pelo aumento de 69,7% na receita com o transporte de passageiros, somando R$ 4 bilhões. Por outro lado, o transporte de cargas teve queda de 4,7%, encerrando o terceiro trimestre com R$ 302 milhões.

Assim como a receita total, porém, as despesas operacionais também cresceram, para R$ 3,97 bilhões, alta de 54% em comparação ao mesmo período de 2021.

Diante destes resultados, a Azul teve um prejuízo líquido de R$ 1,64 bilhão no terceiro trimestre, queda de 26,7% em comparação as perdas de R$ 2,24 bilhões registradas no ano anterior.

Quando ajustado para excluir do cálculo despesas com títulos de dívida, o resultado da empresa também ficou negativo em R$ 527 milhões, mas a perda foi 31% menor que a de R$ 766 milhões observada no terceiro trimestre do ano passado.

Resultados piores que se previa

O resultado líquido veio bastante abaixo do esperado pelos analistas do mercado. Prévia do BTG Pactual estimava que o prejuízo da companhia seria de R$ 86 milhões. Já a XP havia projetado perdas de R$ 646 milhões, enquanto analistas do Santander estavam com expectativa de um prejuízo na ordem de R$ 393 milhões.

Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) encerrou o terceiro trimestre no azul, em R$ 925 milhões, alta de 90,5%. O resultado fez a margem Ebitda ir a 21%, ou 3,3 p.p (pontos percentuais) acima do terceiro trimestre de 2021.

Combustível e comercial pesam

Assim como nos trimestres anteriores, os custos para abastecer as aeronaves foram um dos grandes vilões do resultado da Azul. Segundo dados do balanço, a companhia aérea gastou R$ 1,9 bilhão em querosene no terceiro trimestre, alta de 116%, ou mais do que o dobro, do mesmo período do ano passado.

Os dados também mostram que os gastos comerciais e com marketing se multiplicaram, passando para R$ 197 milhões, ou 127,5% a mais que no terceiro trimestre do ano passado.

Ainda assim, o resultado operacional (receita menos despesas) da Azul no terceiro trimestre ficou positivo em R$ 403,8 e aumentou 196% ante o observado no mesmo período de 2021, com margem operacional de 9,2%.

Indicadores operacionais

Os indicadores operacionais da empresa indicaram melhora das atividades. A oferta de assentos (ASK) cresceu 19,5% no terceiro trimestre, enquanto a demanda (RPK) teve alta de 22,4%.

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