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Análises TradeMap – Fundos de Investimentos (Setembro 2019)

Após as fortes turbulências no mês de agosto, setembro veio acompanhado de um alívio no ambiente global. No Brasil, o período ficou marcado por mais uma expansão monetária do Banco Central. Vivenciamos um corte de 0,5% na taxa básica de juros nacional, a Selic.

Esses fatores, somados aos indícios de um novo corte em outubro e menores projeções de inflação para os anos seguintes, levam a crer que o Copom (Conselho de Política Monetária) está sinalizando ao mercado que vamos para um patamar de juros mais baixos que o esperado anteriormente.

→ Leia também: Análises TradeMap – Fundos de Investimentos (Agosto 2019)

Dados americanos

A economia americana, por sua vez, apresenta sinais mistos em seus dados de atividade. A indústria continua apresentando um baixo desempenho, enquanto indicadores do mercado de trabalho e consumo se mostram fortes.

Dessa forma, o Federal Reserve (banco central norte-americano) apresentou uma postura menos enfática quanto à sua política monetária, diferentemente do Banco Central do Brasil e do Banco Central Europeu, por exemplo, que foram mais claros em relação aos possíveis futuros de afrouxamentos.

Atitudes mais conservadoras do Fed tendem a fortalecer a moeda norte americana ante as principais moedas globais, uma vez que maiores taxas de juros na economia mais sólida do mundo geram um forte fluxo de dinheiro em direção ao país governado por Donald Trump.

Os sinais de que Estados Unidos e China caminham para um acordo comercial se intensificaram no mês de setembro. Conforma citado anteriormente, dados não tão fortes no setor industrial nos EUA podem a levar Trump no sentido de acordo com os chineses, principalmente por estarmos falando de um fator com potencial contaminação no setor de consumo e nos números de emprego.

Além disso, não podemos esquecer que a economia é o principal pilar para Trump na corrida para a reeleição. Pelo lado chinês, sinais de desaceleração da economia é uma grande força que aponta na direção de um acordo com os norte-americanos.

Gestoras

Para o mês de setembro analisamos algumas das cartas das gestoras Verde AM, Adam Capital, Vinland Capital e Vintage Investimentos.

De uma maneira geral, as gestoras mantêm a avaliação de que no Brasil há espaço para que o BACEN continue cortando a taxa básica de juros, até mesmo mais que os preços de mercado sugerem. Esse cenário se sustenta principalmente pelo fato da expectativa de inflação baixa para os próximos trimestres, com uma retomada da economia que segue se mostrando lenta.

Entretanto, a expectativa de inflação baixa pode ser contestada. Conforme levantado pela Adam Capital, a Selic abaixo de 5%, como entendido atualmente pelo mercado, deve gerar uma desvalorização cambial do real frente algumas das principais moedas globais – isso ocorre porque quanto menor a taxa de juros brasileira, menores os pagamentos dos cupons de títulos de renda fixa, que causam um fluxo de saída de dinheiro do Brasil. O câmbio desvalorizado, por sua vez, pode resultar em uma intensificação da inflação, devido aos maiores custos de produtos e matérias primas importados.

Estamos passando por uma etapa favorável do ciclo econômico, com a inflação baixa e a economia em retomada, apesar de lenta. Esse cenário resulta em boas expectativas quanto ao mercado de ações e juros no Brasil. Quanto ao câmbio, não se nota um consenso nas cartas das gestoras.

Apesar dos indícios de que estamos caminhando no sentido de acordos entre os Estados Unidos e a China, o que é extremamente positivo para os mercados dos emergentes, incluindo suas moedas, a postura tímida do Fed quanto à sua política monetária e os possíveis futuros cortes na Selic podem levar a uma desvalorização da moeda nacional frente algumas moedas globais.

Setores

O setor de saúde, com destaque para Hapvida na carta do fundo Verde AM Dividendos, é um dos preferidos da Verde e da Vinland.

De acordo com a carta do fundo de ações em questão da Verde AM, devido a algumas mudanças estruturais nos sistemas de saúde, com maior alinhamento entre os diversos elos da cadeia de atendimento, hoje é possível entregar uma medicina mais resolutiva, acolhedora e de menor custo, através principalmente dos planos de saúde verticalizados.

Notamos também preferências pelo setor de Utilities, mais especificamente Energia, destacados na carta da Vintage e Vinland. O setor de Energia tem hoje o tema das privatizações como um dos principais fatores que justificam a boa performance dos ativos. Além disso, também é positivamente impactado pelo corte de juros, apesar de ser de maneira mais leve se comparado a setores como Consumo e Financeiro, por exemplo.

Para exemplificar, levantamos as principais posições da Vintage:

 

Vintage Macro
Vintage Macro

Vale relembrar que esse material não tem o objetivo de recomendar investimentos, apenas informar ainda mais sobre alguns dos principais agentes do mercado financeiro nacional. Todas as informações foram retiradas das cartas das próprias gestoras.

Até a próxima, caro investidor!

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