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Americanas (AMER3): Moody’s vê pouca chance de empresa pagar dívidas

Empresa segue outras avaliadoras de risco em meio a espiral negativa envolvendo a gigante varejista

Foto: Shutterstock/thiago bacelar

A Moody’s rebaixou a nota de crédito da Americanas (AMER3) para “Caa3”, o que na escala da agência de classificação de risco significa que a empresa está à beira de um calote.

A companhia também alterou as notas da JSM Global e B2W, que garantem os débitos da gigante varejista. Todas as empresas também estão em modo de revisão para possíveis novos rebaixamentos.

A decisão anunciada pela Moody’s nesta segunda-feira (16) ocorre em meio à espiral negativa envolvendo o nome da Americanas após a empresa divulgar na noite de quarta-feira (11) que reportou erroneamente ao mercado cerca de R$ 20 bilhões em operações financeiras.

A informação inicial era que isso deixava a empresa parecendo mais lucrativa e menos endividada do que realmente estava. A confirmação disso veio alguns dias depois, quando a Americanas reportou à Justiça uma dívida de R$ 40 bilhões – duas vezes maior que a reportada ao mercado no último balanço.

Depois disso, a Justiça do Rio de Janeiro, a pedido da varejista, decidiu impedir que os credores da companhia possam antecipar a cobrança de dívidas da empresa.

O pedido de proteção contra cobrança feito pela Americanas foi deflagrado, em parte, porque o banco BTG Pactual (BPAC11) notificou a companhia que declararia o vencimento antecipado de dívidas e que restringiria R$ 1,2 bilhão da empresa para garantir o pagamento.

Segundo a Moody’s, a falta de um acordo com os credores deve levar a Americanas a entrar com um pedido de recuperação judicial em até 30 dias.

“Durante o período de liminar, a Moody’s acredita que a empresa também apresentará alternativas para melhorar sua estrutura de capital, incluindo a negociação de uma possível injeção de capital por parte dos seus acionistas de referência”, informou a companhia.

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Segundo a Moody’s, o rebaixamento também reflete o aumento dos riscos de governança, “em particular a falta de controles e transparência”, que deterioram a credibilidade da Americanas.

Também nesta segunda, a Americanas informou ao mercado que contratou o escritório de advocacia Rothschild & Co para atuar como interlocutor entre a empresa e os credores brasileiros e internacionais.

“A Americanas reforça seu compromisso na busca de uma solução de curto prazo com os seus credores. Todos os órgãos sociais (conselho, diretoria e comitês) estão trabalhando conjuntamente com o objetivo de manter as operações da companhia de forma adequada”, informou.

Além da Moody’s, Fitch e S&P tinham mudado avaliação

Na sexta-feira (13), outras duas agências de classificação de risco, a Fitch e a S&P Global, também haviam rebaixado a nota de crédito da Americanas: a primeira para um nível de risco ainda mais alto que o apontado pela Moody’s (“CC”), e a segunda para um nível que sugeria risco um pouco menor de calote (“B”).

Em nota, a Fitch também informou que mantém em análise novos rebaixamentos da empresa, “devido à sua estrutura de capital insustentável após as inconsistências apuradas e ao prejuízo à sua reputação”.

Já a S&P afirmou que os impactos dos eventos ainda estão sendo apurados, mas que optou por uma avaliação mais negativa da empresa devido ao nível de alavancagem, e que existem riscos “à dinâmica de seu capital de giro” e os acordos com bancos e agentes do mercado.

“Se estes forem prejudicados, isso pode levar a efeitos negativos relevantes no fluxo de caixa da empresa e, consequentemente, em sua liquidez, até que a Americanas consiga captar novos recursos”, informou a empresa.

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