Americanas (AMER3) inclui aluguel de imóveis do MAXR11 na recuperação judicial; veja o impacto

Fundo imobiliário tem a maior exposição à Americanas, que representa 57,9% da receita do portfólio

Foto: Shutterstock/thiago bacelar

O BTG Pactual, administrador do fundo imobiliário Max Retail (MAXR11), informou que a Americanas (AMER3), locatária de imóveis de propriedade do portfólio, incluiu o pagamento do aluguel referente a dezembro no processo de recuperação judicial, apresentado pela companhia em 19 de janeiro.

A Americanas informou ter uma dívida de R$ 514,2 mil com o fundo MAXR11, que foi incluída na lista de credores.

Segundo o BTG, a dívida se refere ao valor do aluguel referente a dezembro, com vencimento em janeiro de 2023.

O MAXR11 é o fundo imobiliário com maior exposição à varejista, que representa, segundo o BTG , 57,9% da receita mensal da carteira.

O fundo aluga seis lojas para a Americanas nos municípios de Taguatinga (DF), Brasília (DF), Vitória (ES), Belém (PA), Nilópolis (RJ) e Maceió (AL).

Qual o impacto de Americanas no aluguel do MAXR11?

Segundo o BTG, o impacto do eventual não pagamento do aluguel pela Americanas representa R$ 0,46 por cota.

Em 2022, o fundo distribuiu uma média de rendimentos de R$ 0,64 por cota.

O BTG afirmou que vem acompanhando e tomando as medidas jurídicas cabíveis até o momento em conjunto com a consultora Soulmalls Administração e Comercialização de Centros Comerciais.

Segundo o advogado e sócio do escritório NFA e especialista em fundos imobiliários, Carlos Ferrari, se o crédito for anterior à data da aprovação do pedido de recuperação judicial, ele pode entrar no processo. “Embora o pagamento fosse devido em janeiro, talvez a empresa possa argumentar que a competência era referente a dezembro”, diz.

De forma geral, Ferrari ressalta que os pagamentos de aluguéis de imóveis não deveriam entrar em processo de recuperação judicial. “A não ser que a empresa justifique que os imóveis são bens essenciais para a companhia se erguer.”

Nesse caso, esse crédito pode entrar no processo de recuperação judicial, mas a gestora tem o direito, ainda assim, de pedir o despejo da locatária.

Já os pagamentos posteriores à data do pedido de recuperação judicial não entram no processo e devem ser cumpridos, aponta Ferrari.

No caso de inadimplência, a gestora do fundo pode entrar com ação de despejo da locatária.

Existe, segundo Ferrari, a possibilidade de o fundo não poder fazer o despejo da locatária inadimplente, mas não é a mais provável, já que a Americanas possui muitos imóveis pelo Brasil, e a saída de apenas seis propriedades, como no caso do fundo, não impediria sua atividade.

O fundo MAXR11 tem um patrimônio de R$ 135,3 milhões e conta com 4.157 cotistas.

Às 10h48, o MAXR11 caía 2,50% e negociava com a cota a R$ 60,76.

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