Ainda sem um novo comandante, a Petrobras (PETR4) poderá trazer uma bolada adicional aos seus acionistas em dividendos na divulgação dos resultados do primeiro trimestre desse ano. É isso que acredita o Goldman Sachs, em relatório publicado nesta segunda-feira (4).
A instituição financeira vislumbra um cenário-base de US$ 5 bilhões em dividendos adicionais, mas considerando a geração de fluxo de caixa prevista para o primeiro trimestre de 2022, o valor pode chegar até US$ 10 bilhões.
Segundo o banco, o aumento do preço do petróleo do tipo Brent (que serve como referência no mercado internacional), causado pela guerra na Ucrânia é um fator que pode impulsionar os números da estatal.
Além disso, o Goldman Sachs projeta que o preço deve continuar elevado, e espera que o barril fique na faixa dos US$ 125 no segundo semestre e US$ 115 no ano que vem.
Atualmente, na ICE, o preço do barril da commodity apresentava uma valorização de 1,70% na comparação intradia, sendo negociada a US$ 106.
Os valores do petróleo estão se comportando de forma volátil e pendendo para níveis mais altos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, no final de fevereiro. De lá para cá, chegaram a bater os US$ 139 no início de março, mas depois recuaram. Antes do conflito, em janeiro, o preço do barril estava na faixa dos US$ 80.
A perspectiva de altos preços para a commodity nos próximos meses também fez o Goldman Sachs alterar sua projeção para o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação) da Petrobras.
Para o ano de 2022, o banco espera que a companhia registre um Ebitda de R$ 344,355 bilhões, o que seria um aumento de 46% no comparativo com 2021, quando a estatal apresentou um montante de R$ 234,576 bilhões. O número, segundo o Goldman, está 30% acima das expectativas do mercado.
O banco americano possui atualmente uma recomendação de compra para as ações de Petrobras, e acredita num preço-alvo de R$ 36,90 para as ações preferenciais da companhia, o que seria um upside de 11,80% em relação ao preço de fechamento da última sexta-feira (1).
Petrobras dominando o noticiário e ações caindo
Desde o final de semana, a maior estatal brasileira tem figurando entre as principais manchetes nos noticiários econômicos. Primeiro, o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, divulgou uma nota no domingo (3) aos sócios do clube afirmando que abriu mão de sua indicação para a presidência do conselho da Petrobras.
Na nota, afirmou que renunciou da indicação para concentrar seu tempo e dedicação ao clube do Rio de Janeiro. “Apesar da importância da Petrobras para o nosso país, e da enorme honra para mim em exercer este cargo, gostaria de informá-lo que resolvi abrir mão desta indicação para o ainda maior fortalecimento do Flamengo”, afirmou Landim no documento.
Depois disso, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que “inimigos” dentro da estatal estavam tentando impedir que o economista Adriano Pires passasse a comandar a empresa. Segundo a Coluna da Malu Gaspar, do jornal O Globo, Pires desistiu de assumir o posto.
A jornalista diz que os motivos para Pires e Landim tomarem esta atitude são os mesmos – conflitos de interesse que seriam criados com a presença deles na petroleira.
Às 15h, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) caíam 1,45%, e ajudavam a pressionar o Ibovespa. Além disso, as ações ordinárias da companhia também caíam, e apontavam em 1,73% para baixo, figurando entre as principais desvalorizações do dia.