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Ações descontadas? Veja as recomendações de gestores para a Bolsa brasileira

Há setores e empresas aos quais vale a pena prestar a atenção, sobretudo pelas ações descontadas e expectativas de melhora do quadro doméstico

Foto: Shutterstock/Alf Ribeiro

A manutenção dos juros em patamares de dois dígitos e as incertezas com os rumos da política fiscal criam uma “tempestade perfeita” para afastar os investidores da Bolsa brasileira.

A despeito desse cenário pouco convidativo, há setores e empresas aos quais vale a pena prestar a atenção, sobretudo pelas ações descontadas e com as expectativas de melhora do quadro doméstico.

Esta foi a visão de gestores de ações que participaram nesta terça-feira (14) do CEO Conferente, evento promovido pelo BTG Pactual, em São Paulo.

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Para Christian Faricelli, sócio da Absolute Investimentos, empresas expostas a commodities possuem grande potencial de valorização.

Entre as opções, ele destacou as companhias de papel e celulose, que, apesar de enfrentarem problemas no curto prazo, com o recuo no preço da celulose desde dezembro, têm ações bastante baratas para quem pensa em um horizonte mais longo.

Já olhando em um cenário mais doméstico, o gestor pontuou as boas oportunidades de empresas de infraestrutura, energia e de consumo básico, setores que são tradicionalmente mais blindados de turbulências econômicas.

“Para as empresas de consumo doméstico, vemos um cenário muito ruim. Apesar de um valuation atrativo neste momento, o cenário pode piorar por uma série de riscos”, ressaltou.

Bolsa barata?

Em uma visão semelhante, Laercio Henrique, sócio do BTG Pactual Asset Management, destacou que os próximos passos do governo federal na área fiscal serão determinantes para avaliar se a Bolsa está realmente barata para os investidores.

Um novo arcabouço fiscal e as direções da reforma tributária, matérias que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ser possível de apresentar até abril, são pontos fundamentais que podem levar ao corte dos juros e definir quais rumos os investidores irão tomar.

“A grande pergunta é se há certeza do lado fiscal para que o Banco Central reancore as expectativas de inflação e corte os juros. Se isso acontecer, aí sim teremos muito valor a ser destravado na nossa Bolsa”, afirmou o gestor.

De olho nas estatais

No grupo de estatais, a precaução deve ser ainda maior. Além de estarem expostas ao cenário macroeconômico, a gestão direta do governo federal sobre os rumos das empresas cria um grau a mais de incerteza.

Para André Caldas, sócio da Clave Capital, apesar dos preços também descontados de forma geral, a maior atratividade está nos papéis do Banco do Brasil (BBAS3), que na noite desta segunda-feira (13) publicou dados do quarto trimestre melhores do que o esperado pelo mercado.

“Sabemos que tem risco, mas até esse momento estamos vendo com bons olhos as medidas que foram tomadas, como a escolha de uma presidente da área técnica”, destacou, se referindo à instituição financeira.

Petrobras

Já a Petrobras (PETR4; PETR3) não está valendo o risco, mesmo com os preços descontados, disse o gestor. A escolha por aportar valores na empresa ainda passa pela avaliação das próximas decisões do novo presidente, Jean Paul Prates, sobretudo nos rumos dos novos investimentos.

“A empresa está barata, e nós estamos otimistas com o preço do óleo, mas temos outros ativos para investir sem termos o risco governamental”, pontuou, destacando a oportunidade de investimento em companhias privadas de óleo e gás.

 

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