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Ações da Raízen (RAIZ4) caem após lucro menor e queda nas margens da empresa

A Raízen reportou menores margens e viu o lucro cair 79%, para R$ 255,7 milhões, entre outubro e dezembro de 2022

Foto: Shutterstock/rafapress

A Raízen (RAIZ4) divulgou uma queda de 79% no lucro do terceiro trimestre do ano-safra 2022/23 em relação a um ano antes, para R$ 255,7 milhões, resultado que ficou abaixo das expectativas do mercado.

Entre outubro e dezembro de 2022, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) da companhia recuou 11,8%, para R$ 2,9 bilhões, em comparação com igual período de 2021.

De acordo com a companhia, os resultados foram prejudicados pelo aumento de custos e queda na produção própria na unidade de açúcar e por fatores relacionados a preço e oferta de combustíveis na divisão de marketing e serviços.

A receita líquida, no entanto, foi de R$ 60,4 bilhões, o que representa um crescimento de 9% no terceiro trimestre do ano safra 22/23 em relação ao mesmo período da safra anterior.

De acordo com a empresa, a alta foi resultado de maiores volumes comercializados, dos avanços na cadeia de valor do açúcar e etanol vendido com prêmio sobre os preços locais, além da forte expansão da base de clientes no segmento de energia, que já conta com mais de 24 mil unidades consumidoras.

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O segmento de marketing & serviços, que atua com a distribuição de combustíveis por meio da rede de postos Shell, foi um dos principais destaques negativos no trimestre.

As alterações na tributação dos combustíveis no final do ano passado, a redução dos preços de gasolina e diesel e o excesso de oferta de combustíveis no mercado afetaram negativamente as margens da companhia neste segmento.

Além disso, a Raízen também registrou um volume menor de moagem de cana-de-açúcar, e consequentemente menores receitas, enquanto o custo fixo da produção foi mantido, afetando diretamente as margens da companhia.

Diante disso, o preço médio do metro cúbico de etanol vendido entre outubro e dezembro foi de R$ 3.769, 11,2% inferior ao reportado no mesmo período de 2021. Enquanto isso, a margem Ebitda do segmento de marketing e serviços foi de R$ 99 por metro cúbico, 35,6% menor ante mesmo período em 2021.

Vale ressaltar que a alavancagem financeira, que é a dívida líquida sobre Ebitda, cresceu para 2,5 vezes, frente 1,7 vezes reportado no terceiro trimestre do ano safra 21/22, elevando o risco de insolvência da companhia.

A dívida líquida cresceu 5% em relação ao trimestre imediatamente anterior (segundo trimestre do ano safra 22/23), para R$ 28,1 bilhões, enquanto o caixa da companhia foi R$ 1,7 bilhão menor impactando diretamente no aumento da alavancagem.

Reação dos papéis é negativa

Diante dos fracos resultados a companhia está cada vez mais longe de atingir o guidance planejado para o ano safra 22/23.

A companhia projetou atingir um Ebitda ajustado entre R$ 13 e R$ 14 bilhões, porém, no acumulado de três trimestres foi realizado R$ 9,3 bilhões, o equivalente a 71,5% da meta mínima.

A contração das margens e menores volumes produzidos impactam diretamente o lucro da companhia, consequentemente, refletindo em menores retornos para o acionistas.

Por isso, os investidores devem estar com pé atrás, o que reflete nos preços papéis que apresentavam queda de 2,0% às 10h40 do pregão desta quarta-feira (15).

* Este conteúdo se destina a fins informativos e não deve ser interpretado como nenhum tipo de recomendação de investimentos.

*O Pré-Trade é publicado diariamente pela Agência TradeMap, sempre antes da abertura da Bolsa, e se propõe a indicar como investidores podem reagir no pregão em reação a alguma notícia ou fato novo que tenha relação com uma ação específica em sua carteira. O conteúdo se destina a fins informativos e não deve ser interpretado como nenhum tipo de recomendação de investimentos.

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