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Ações da Oi (OIBR4) caem mais de 10% por receio de nova recuperação judicial

Oi, que saiu da recuperação judicial em dezembro, pode ser forçada a recorrer novamente à proteção contra credores

Foto: Shutterstock/Alison Nunes Calazans

As ações da Oi (OIBR4) operam em queda de mais de 10% nesta segunda-feira (6), pressionadas pela perspectiva de que a companhia precisará entrar novamente num processo de recuperação judicial.

Na sexta-feira (3), o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro aprovou um pedido da Oi para impedir que credores pudessem cobrar dívidas da companhia.

A Oi alegou que teria dificuldades para pagar mais de R$ 600 milhões em juros e dívidas com vencimento no último fim de semana, e que a inadimplência, neste caso, permitiria que credores cobrassem antecipadamente outras dívidas da companhia – o que, na prática, poderia levar a empresa à falência.

A Oi argumentou que, nos últimos meses, sua recuperação financeira foi prejudicada por uma série de fatores – entre elas a demora na venda de ativos, a necessidade de investimentos imprevistos, a valorização do dólar e a perda de clientes – e que tentou, sem sucesso, chegar a um acordo com credores antes de recorrer à Justiça.

Ainda de acordo com a Oi, mesmo com um “sucesso” na primeira recuperação judicial da companhia, encerrada em dezembro do ano passado e que permitiu a redução substancial do seu endividamento total, a estrutura de capital continua insustentável.

Após a decisão da Justiça a favor da Oi, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota de crédito da companhia para ‘C’, de ‘CC’, indicando que a chance de um calote na dívida da empresa de telecomunicações aumentou.

No relatório em que faz a alteração no rating, a Fitch ressalta que o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Oi nos 12 meses encerrados em setembro de 2022 foi de R$ 517 milhões, enquanto a dívida da empresa está perto de R$ 35 bilhões.

Isso significa que, ainda que fosse possível a Oi usar todo o seu resultado operacional para pagar a própria dívida, levaria décadas até a empresa conseguir quitar seus compromissos.

“Além disso, a Oi precisa realizar investimentos de R$ 1,0 bilhão a R$ 1,2 bilhão por ano no próximo biênio, a fim de sustentar seus planos de expansão dos serviços de banda larga, ao mesmo tempo em que transfere clientes da estrutura de cobre para soluções de fibra ótica”, disse a Fitch.

Por volta das 12h, as ações preferenciais da Oi caíam 10,14%, enquanto as ordinárias (OIBR3) recuavam 13,84%.

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