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Ação da Hapvida (HAPV3) despenca após prejuízo e aumento da sinistralidade; entenda

A relação entre o baixo preço médio dos produtos oferecidos e aumento da inflação culminou no aumento da sinistralidade da empresa

Foto: divulgação

A Hapvida (HAPV3), que passou a incluir em seus resultados a fusão com a NotreDame Intermédica (GNDI3), publicou na noite de segunda-feira (16) os números referentes ao primeiro trimestre e reportou uma reversão do lucro para um prejuízo de R$ 182 milhões.

Este foi um dos fatores que levaram a empresa a ter o pior desempenho no pregão desta terça-feira (17). As ações da empresa estavam em queda de 17,22% por volta das 16h30, sendo cotada a um preço de R$ 6,46.

Embora o prejuízo seja assustador para os investidores, o aumento de 11,9 pontos percentuais na sinistralidade (quando os clientes do plano de saúde recorrem à cobertura e geram gastos para a empresa) no primeiro trimestre, em comparação com o mesmo período de 2021, foi o mais preocupante na visão dos analistas.

Em teleconferência feita nesta terça-feira (17) para responder perguntas dos analistas, a empresa foi bombardeada com questões sobre o tema.

Em resposta, Jorge Pinheiro, CEO da Hapvida, disse que o avanço está relacionado ao aumento de casos de Covid-19 e gripe influenza, redução no ticket médio da empresa e aquisição de empresas que tinham sinistralidades maiores.

Segundo CEO da Hapvida, a empresa já tem observado uma redução dos casos de Covid-19. No final do primeiro trimestre, a empresa reportou queda de 80% no volume diário de atendimentos nas urgências e emergências — que chegou a passar de 20 mil –, para 4 mil.

Outro ponto que pode ajudar os próximos resultados é trazer a sinistralidade das empresas adquiridas aos padrões da Hapvida e da NotreDame Intermédica.

Segundo Pinheiro, a maioria das empresas adquiridas reporta uma sinistralidade alta em comparação com a Hapvida, e citou como exemplo o grupo HB Saúde, que apresentava sinistralidade de 110% e hoje, após integração e amadurecimento da operação, gira em torno de 80%.

Além disso, o mês de abril é a data na qual expira o reajuste negativo dos preços feito pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Portanto, a empresa espera um reajuste positivo em torno de 15% para os próximos trimestres.

Em julho de 2021, a ANS divulgou que os planos de saúde individuais e familiares teriam um reajuste negativo de 8,19% durante o período de maio de 2021 até abril de 2022.

Este reajuste fez com que o preço médio dos produtos oferecidos pela Hapvida e Notredame reduzissem 2,17%, para R$ 217,91, neste primeiro trimestre em comparação com o primeiro trimestre de 2022.

Outro fator que contribuiu para o baixo desempenho da empresa foi a alta da inflação nos materiais hospitalares. A variação dos custos médico-hospitalares (VMCH) foi de 27,7% durante o período de setembro de 2020 até setembro de 2021, dados do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).

Segundo o CEO da Notredame, Irlau Machado, em 2019, uma luva custava 7 centavos e passou a custar 85 centavos no pico da pandemia, mas hoje os preços já reduziram e estão em torno de 13 centavos.

Por meio dos resultados apresentados, é possível ver uma relação custo por receita líquida de 6,8%, queda de 0,2 p.p. no primeiro trimestre de 2022 em comparação com o último trimestre de 2021. Porém, 1 p.p., ainda acima dos 5,85% no primeiro trimestre de 2021.

Visto que a empresa divulgou um resultado consolidado das operações das empresas Hapvida e Notredame, foi necessário a soma de resultados passados das duas empresas para fins de comparação.  Portanto, ao mencionar a empresa no texto, considere os resultados das duas somados.

Portanto, a combinação da alta inflação nos insumos hospitalares e o reajuste negativo nos preços dos produtos oferecidos fez com que a empresa perdesse rentabilidade.

Com isso, a empresa reportou um Ebitda ajustado (exclui efeitos não recorrentes) de R$ 414 milhões, queda de 36,9% em comparação com mesmo período de 2021.

A margem Ebitda da empresa, teve queda em torno de 4,7 p.p. e atingiu 8,6% em comparação com o primeiro trimestre de 2021.

Visão do mercado

Das 14 recomendações de analistas compilados pela Refinitiv e apresentados na plataforma TradeMap, 11 recomendam compra, um recomenda forte compra e dois preferem a manutenção do papel em carteira.

Para os analistas o papel apresenta uma valorização potencial de 156,91%, dado que a mediana para o preço-alvo é de R$ 16,70.

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