À espera de ata do Fed, Ibovespa opera em baixa pressionado por bancos e companhias aéreas

Após um início de sessão com forte recuo, o Ibovespa devolveu parte das perdas e vem operando perto da estabilidade desde então. Por volta de 13h05 (de Brasília), o principal índice da B3 caia 0,11%, aos 110.415 pontos, influenciado por ações de companhias do setor bancário, aéreas e de empresas ligadas a economia doméstica.

Na ponta negativa, apareciam Lojas Americanas (AMER3), que tinha queda de 4,02%, Banco Pan (BPAN4), com baixa de 3,69%, Santander (SANB11), que perdia 3,09% e Banco Inter (BIDI11), que apontava 2,90% para baixo.

O movimento, contudo, é contrário ao que tem sido visto nos últimos pregões, com as bolsas internacionais cedendo e a Bolsa brasileira subindo.

Rodrigo Natali, estrategista-chefe da INV, vê o mercado interno “esticado” em relação aos pares lá fora, ou seja, quando os preços estão chegando a um momento que a tendência é de reversão e perda dos ganhos à frente.

Além do setor bancário, papéis ligados à economia local, sensíveis à curva de juros caíam na medida em que os investidores aguardam a divulgação da ata do Fomc (comitê de política monetária do Federal Reserve, o banco central americano), prevista para as 15h. 

O documento é importante para o mercado porque trará sinais dos próximos passos da política monetária nos EUA, que acabam tendo efeitos no mundo todo, inclusive no Brasil.

Há duas semanas, o colegiado elevou os juros americanos em 0,50 ponto percentual, para a faixa de 0,75% a 1% ao ano. De lá para cá, em meio a pressões inflacionárias cada vez maiores, vêm crescendo as apostas de que a autoridade monetária pode ter que elevar ou prolongar o aperto monetário por lá.

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Já o setor aéreo e de turismo recuavam em bloco nesta quarta-feira (25), repercutindo a decisão do Congresso Nacional de estabelecer o despacho gratuito de bagagens de até 23 quilos em voos nacionais e de até 30 quilos em voos internacionais. A medida provisória agora depende da sanção presidencial.

No horário acima, a Azul (AZUL4) recuava 2,76%, a CVC (CVCB3) perdia 3,63% e a Gol (GOLL4) desvalorizava 1,39%. Segundo a Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), a gratuidade do despacho de bagagens para todos os passageiros vai resultar em preços mais altos para as passagens.

“Não existe bagagem gratuita, pois todos os passageiros vão ter de pagar essa conta. Era assim que funcionava anteriormente: o custo do despacho de bagagem era diluído em todos os bilhetes”, disse o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, em comunicado divulgado na semana passada.

Altas do dia

Na ponta verde do índice, as principais subidas ficavam por conta de Rede D’Or (RDOR3) e SulAmérica (SULA11), que subiam 5,38% e 5%, respectivamente. Ontem, a primeira anunciou compra 51.116.641 units da segunda.

Com isso, a rede de hospitais particulares alcançou o equivalente a 12% do capital social da SulAmérica. Em nota, a Rede D’Or informou que não planeja mudar o controle da empresa.

Na sequência das altas, a MRV (MRVE3) crescia 3,94%, a 3R Petroleum (RRRP3) ganhava 3,05% e a Dexco (DXCO3) valorizava 3%.

A MRV anunciou que a AHS Residential, subsidiária do grupo nos Estados Unidos, está em busca de um sócio nos próximos meses, segundo o Broadcast, em coluna no jornal O Estado de S.Paulo. Além disso, a empresa planeja investir R$ 6 bilhões nos próximos cinco a seis anos, para “se tornar a maior construtora do segmento de locação residencial por lá”.

Bolsas externas

Os índices acionários dos EUA e da Europa operam em terreno positivo nesta quarta, e recuperam parte das perdas dos últimos pregões. O foco lá fora fica por conta da divulgação da ata do Fed, embora o mercado também repercuta a divulgação do PMI, o índice de gerente de compras, da Zona do Euro, que atingiu 55,8 pontos. O número foi levemente acima das expectativas dos investidores.

Veja o desempenho dos principais índices do exterior nesta quarta;