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3R Petroleum (RRRP3) lidera perdas após frustração com balanço, enquanto Eletrobras (ELET3) sobe com avanço em privatização

o custo operacional médio da 3R para extrair cada barril de petróleo subiu no quarto trimestre

Foto: Shutterstock

A 3R Petroleum, que publicou balanço na noite de terça-feira (22) com os resultados do quarto trimestre, frustrou o mercado e vê a sua ação ter a maior desvalorização do dia entre as empresas que fazem do Ibovespa.

Por volta das 13h30, o papel caía 8,26% e contribuía para que o principal índice da Bolsa operasse em queda de 0,39%, após ter começado o pregão em alta.

A empresa anotou lucro líquido de R$ 19,7 milhões no quarto trimestre e conseguiu reverter o prejuízo de R$ 147,5 milhões que havia registrado em igual período do ano anterior.

Contudo, alguns números do resultado não agradaram os investidores. Para Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, o mercado não gostou do resultado pelo lifting cost, o custo operacional médio para extrair cada barril de petróleo. O valor subiu entre os terceiro e o quarto trimestre, passando de US$ 8,49 por barril para US$ 9,64.

A 3R atribui o aumento ao fato de ter assumido operações de ativos recém-adquiridos e menos eficientes, além dos altos custos de energia registrados entre outubro e dezembro do ano passado.

A equipe de analistas do BTG Pactual também chamou atenção para fato de que o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado do quatro trimestre ficou 13% abaixo do esperado, a R$ 82,6 milhões, que também é uma queda de 21% em relação ao terceiro trimestre. “Os lucros também ficaram abaixo da nossa estimativa devido a despesas financeiras acima do esperado”, complementa o banco.

Outra empresa que divulgou seu balanço do quarto trimestre foi a Gerdau (GGBR3), que caía 3,70%, também apesar de ter registrado uma melhora no resultado líquido. A empresa siderúrgica, líder em produção de aço no Brasil, registrou lucro líquido de R$ 3,56 bilhões no quarto trimestre do ano passado, alta de 237% em relação a igual trimestre do ano anterior.

Altas do dia

A sinalização positiva para a privatização da Eletrobras (ELET6), que recebeu sinal verde dos acionistas para seguir com o processo, fez as ações subirem e liderarem as altas do Ibovespa, subindo 4,13%.

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A expectativa é de que a operação aconteça no primeiro semestre deste ano e seja grande o suficiente para reduzir a participação do governo federal na companhia de 70% para 45%. O apoio dos acionistas era um dos passos necessários para a privatização da Eletrobras. O próximo é a aprovação, pelo TCU (Tribunal de Contas da União), do modelo desenhado pelo governo federal para a venda da estatal.

Na avaliação de Jansen Costa, a capitalização torna a companhia “privatizável”. “Na verdade, esse processo não é uma privatização como conhecemos, mas sim uma capitalização. O governo conseguiu aprovar tudo o que queria, então vamos ver uma mudança importante no mercado de energia. Os subsídios na conta de energia para uma conta mais barata devem ser suspendidos e o mercado de energia livre deve mudar de patamar”, afirma.

Após três dias fora do ar, o site da Americanas (AMER3) voltou a funcionar de forma gradativa na manhã desta quarta-feira (23) e impulsiona as ações da empresa na bolsa. Às 12h20, os papeis da varejista subiam 1,18% e lideravam as maiores altas do dia, depois de ter caído mais de 10% nos dois pregões anteriores.

Em relação ao site da Americanas, a agência de classificação de risco Fitch apontou que o evento pode ter consequências futuras, a depender da severidade e de quanto tempo os sites ficarem fora do ar.

“As vendas online ficaram suspensas nos últimos três dias e existe a possibilidade de algum dano reputacional”, disse a Fitch. “A liquidez da empresa é forte, e pode segurar uma eventual pressão temporária sobre as vendas”, acrescentou. De acordo com estimativas da Americanas, as vendas pelos seus canais virtuais correspondem a cerca de 60% do faturamento.

Na segunda-feira (22), a Americanas disse não haver evidências de comprometimento das bases de dados dos usuários. “A companhia atua com recursos técnicos e especialistas para avaliar a extensão do evento e normalizar com segurança o ambiente de e-commerce o mais rápido possível”, disse a Americanas na ocasião.

Cenário internacional

As principais bolsas externas operam sem direção definida nesta quarta, enquanto os investidores internacionais continuam a acompanhar as tensões envolvendo Rússia e Ucrânia.

No Velho Continente, as bolsas operavam em alta. Em Londres, o FTSE 100 crescia 0,07% e, na Alemanha, o DAX operava com estabilidade. Já o Euro Stoxx 50, que reúne empresas de toda Europa, caía 0,23%.

Em Wall Street, o movimento é de queda. Enquanto Dow Jones caía  0,36%, o S&P 500 recuava 0,59% e o Nasdaq tinha queda de 0,81%.

Com a possibilidade de uma invasão russa no país vizinho, as sanções prometidas por outros países já começaram a serem feitas.

A Alemanha interrompeu a aprovação do gasoduto Nord Stream 2 e a União Europeia fez acordo para sanções atingindo centenas de parlamentares russos, enquanto EUA e Reino Unido lançaram medidas visando algumas das maiores instituições financeiras da Rússia.

Pela Europa, os investidores acompanham a divulgação do principal índice de inflação da zona do euro, o CPI, que avançou 0,3% em janeiro. O CPI final de janeiro da zona euro ficou em 5,1% no comparativo anual, acima dos 5% de dezembro, e em linha com as estimativas do mercado.

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