O que aconteceu no mercado em fevereiro e as principais altas e baixas da bolsa

Shutterstock/ Isaac Fontana

O mês de fevereiro foi marcado por uma série de eventos e tendências que influenciaram significativamente o desempenho do mercado financeiro global. Desde questões geopolíticas até decisões de política monetária, diversos fatores moldaram a trajetória das bolsas de valores ao redor do mundo. 

Neste artigo, faremos uma análise retrospectiva do que aconteceu nos mercados durante esse período, destacando as principais altas e baixas da bolsa.

O mercado em fevereiro

Fevereiro de 2024 se consolidou como um mês de intensa atividade no mercado financeiro, com o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, traçando uma trajetória ascendente. Em fevereiro, o Ibovespa registrou um ganho de 0,99%, encerrando o pregão desta quinta-feira (29) aos 129.020 pontos, em comparação aos 127.752 pontos do fim de janeiro. Apesar desse aumento, o índice ainda apresenta uma queda acumulada de 3,84% ao longo do ano de 2024.

Diversos fatores contribuíram para esse desempenho positivo. Em destaque, a alta das commodities, impulsionada pela forte demanda global e pela reabertura das economias após a pandemia. 

Outro fator importante foi a expectativa em torno dos dados de inflação dos EUA. A divulgação do índice PCE, que mede a inflação de consumo pessoal, era aguardada com expectativa pelos investidores. A inflação americana se encontra em níveis elevados, e o mercado buscava sinais de que o Fed estava tomando medidas para controlá-la.

Instabilidade geopolítica

A instabilidade geopolítica foi um dos fatores mais relevantes que influenciaram o mercado financeiro em fevereiro de 2024. A tensão entre Rússia e Ucrânia se intensificou no mês, gerando aversão ao risco e volatilidade nos mercados globais.

O conflito gerou incerteza no cenário global, impactando os preços de commodities, como o petróleo e o minério de ferro. 

As bolsas internacionais também sofreram pressão, com quedas significativas em alguns momentos do mês.

  • Aumento da aversão ao risco: Os investidores buscaram ativos mais seguros, como títulos do governo americano, e reduziram suas posições em ativos de risco, como ações.
  • Volatilidade: O mercado financeiro se tornou mais volátil, com oscilações bruscas nos preços dos ativos.
  • Pressão sobre as commodities: O preço do petróleo subiu 10% no mês, enquanto o minério de ferro avançou 8%.
  • Queda das bolsas internacionais: As bolsas internacionais recuaram significativamente em alguns momentos do mês.

Política monetária

A política monetária desempenhou um papel importante no desempenho do mercado financeiro em fevereiro de 2024. O Federal Reserve (Fed), banco central americano, indicou a intenção de aumentar os juros para combater a inflação, o que gerou reação negativa nos mercados globais.

No Brasil, o Banco Central manteve a taxa Selic estável em 13,25% ao ano, mas sinalizou a possibilidade de iniciar um ciclo de aperto monetário em breve. Essa perspectiva gerou reações mistas no mercado, com alguns investidores apreensivos com o possível impacto sobre o crescimento da economia.

Em termos de influência na bolsa, a expectativa de aumento dos juros nos EUA pressionou as ações de empresas que são mais sensíveis à taxa de juros, como as empresas de crescimento. No Brasil, a perspectiva de um ciclo de aperto monetário também pesou sobre o Ibovespa, especialmente no fim do mês.

No entanto, é importante destacar que a política monetária não foi o único fator que influenciou o mercado em fevereiro. 

Resultados corporativos de destaque em fevereiro de 2024

A temporada de resultados corporativos do 4.º trimestre de 2023 foi marcada por resultados mistos, com algumas empresas surpreendendo positivamente e outras decepcionando os investidores.

Em destaque, a Vale (VALE3) e a Nvidia (NVDA). A Vale, maior produtora de minério de ferro do mundo, apresentou lucro líquido de US$ 2,42 bilhões no 4.º trimestre, queda de 35% na comparação anual. O resultado ficou abaixo das expectativas dos analistas, pressionado pela queda do preço do minério de ferro.

Já a Nvidia, empresa americana de tecnologia, superou as expectativas do mercado com seu lucro líquido de US$ 3,62 bilhões no 4.º  trimestre. A forte demanda por chips para inteligência artificial e data centers impulsionou o crescimento de 21% na receita da empresa.

Outros resultados de destaque em fevereiro:

  • Petrobras (PETR4/PETR3): lucro líquido de US$ 44,5 bilhões no 4.º  trimestre, aumento de 50% na comparação anual.
  • Itaú Unibanco (ITUB4): lucro líquido de R$ 7,2 bilhões no 4.º trimestre, aumento de 17% na comparação anual.
  • Bradesco (BBDC4): lucro líquido de R$ 6,2 bilhões no 4.º trimestre, aumento de 14% na comparação anual.
  • Ambev (ABEV3): lucro líquido de R$ 4,7 bilhões no 4.º  trimestre, queda de 12% na comparação anual.

Principais altas e baixas da bolsa:

Altas:

  • Petrobras (PETR4/PETR3): alta de 12,4%, impulsionada pelo aumento do preço do petróleo e pela nova política de dividendos.
  • Vale (VALE3): alta de 8,7%, beneficiada pela alta do preço do minério de ferro.
  • Itaú Unibanco (ITUB4): alta de 4,5%, apesar de ter decepcionado com o balanço do 4.º  trimestre.
  • Bradesco (BBDC4): alta de 3,8%, após apresentar um balanço positivo no 4.º trimestre.

Baixas:

  • Ambev (ABEV3): queda de 10,2%, após decepcionar com o balanço do 4.º  trimestre.
  • Gerdau (GGBR4): queda de 7,8%, pressionada pela queda do preço do aço.
  • Usiminas (USIM5): queda de 6,5%, também impactada pela queda do preço do aço.
  • Embraer (EMBR3): queda de 5,4%, após cancelamento de pedidos de aviões.

Perspectivas para março

O mercado em março deve ser volátil, com os investidores atentos aos dados de inflação dos EUA, à política monetária do Fed,  à guerra na Ucrânia e às tensões no Oriente Médio. As commodities continuarão sendo um fator importante para o desempenho do Ibovespa.

Leia aqui | O que esperar da Bolsa de Valores em março

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