O que esperar da Bolsa de Valores em março

O mês promete ser movimentado para o mercado financeiro, deixando os investidores em alerta.  Veja aqui o que esperar da bolsa de valores em março e nossas perspectivas para o período.

Contexto econômico atual

Em fevereiro, o Ibovespa registrou um ganho de 0,99%, encerrando o pregão desta quinta-feira (29) aos 129.020 pontos, em comparação aos 127.752 pontos do fim de janeiro. Apesar desse aumento, o índice ainda apresenta uma queda acumulada de 3,84% ao longo do ano de 2024.

Influência de eventos internacionais

A performance de fevereiro representa uma reversão parcial das quedas acumuladas no início de 2024. No período, a expectativa de taxas de juros mais elevadas nos Estados Unidos, juntamente com a incerteza na China, levou o mercado a reavaliar um cenário mais pessimista em comparação ao fim de 2023. Após uma correção acentuada em janeiro, houve uma aparente estabilização dos ânimos no segundo mês do ano, permitindo algumas altas pontuais.

O que permitiu as altas, porém, foram os números apresentados no balanço dos EUA  –  bem recebidos pelos analistas e ajudaram a manter a Bolsa em alta em fevereiro, apesar de uma agenda menos movimentada. 

Nos Estados Unidos, o desempenho excepcional das empresas de tecnologia impulsionou os índices acionários S&P 500 e Nasdaq a atingirem novas máximas históricas. A temporada de divulgação se encerra em 28 de março com a divulgação dos números de nomes como Azul e Simpar (e vamos acompanhar tudo por aqui).

Em março, teremos muitos movimentos das grandes potências. O presidente do Federal Reserve (FED), Jerome Powell, fará discursos no Congresso americano ainda nesta semana, abordando a decisão de manter os juros elevados por mais tempo. Também serão divulgados os dados de emprego do payroll nos EUA, um indicador-chave para a política monetária do Fed. 

Além disso, os investidores estão de olho na reunião anual do Congresso Nacional do Povo da China e na Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, onde esperam novas medidas para estimular a economia. Enquanto as bolsas asiáticas e europeias encerram em direções mistas, os futuros de Wall Street permanecem negativos.

Perspectivas para o mercado interno e “Superquarta”

Enquanto fatores globais como o desempenho das principais bolsas de valores influenciam o sentimento do mercado, também é importante considerar os fatores domésticos que podem moldar as perspectivas financeiras.

O Copom realizará sua próxima reunião nos dias 19 e 20 de março, coincidindo com a reunião do Fomc nos Estados Unidos, em mais uma “Superquarta”.  

Enquanto isso, o Banco Central brasileiro indicou que manterá o atual ritmo de cortes de 0,50 ponto percentual na Selic, com expectativa de redução para 10,75% ao ano  – o menor nível desde março de 2022. 

A possibilidade de cortes na taxa de juros nos EUA tem influenciado os mercados, embora a maioria dos analistas descarte a iniciativa já em março. Esta perspectiva foi um dos principais impulsionadores do rali do Ibovespa no fim do ano passado, e sua reversão contribuiu para um janeiro desafiador para a Bolsa brasileira em 2024.

Setores em foco e ações recomendadas

A ação mais recomendada entre os analistas do E-Investidor para março é a da Vale (VALE3), recebendo 7 recomendações entre as 10 corretoras consultadas.

Em segundo lugar, Petrobras (PETR4), Banco do Brasil (BBAS3) e Telefônica (VIVT3) dividem a preferência, com cinco recomendações cada uma.

O desempenho sólido da Vale é atribuído à sua participação em projetos de exploração mineral e à sua logística integrada, permitindo a entrega global de produtos.

Além disso, a estabilidade nos preços do minério de ferro também é destacada como um fator positivo para a empresa.

Outras ações recomendadas para março incluem Petrobras, Banco do Brasil, e Telefônica, entre outras, conforme listado pelas corretoras Ágora, Ativa, BB Investimentos, Empiricus, Genial, Guide, Órama, PagBank, Santander e Terra Investimentos.

Próximas semanas

Nas próximas semanas, os holofotes estão voltados para a agenda de divulgação de balanços, como os resultados da Petrobras (PETR3; PETR4) dia 7/3.

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