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Zero a zero: CPI estável nos EUA aumenta aposta em alta menor nos juros e anima mercados

Inflação mais comportada fez os índices futuros americanos acentuarem os ganhos

Foto: Shutterstock

Apesar de o mercado de trabalho estar bastante aquecido, como mostraram dados divulgados no final da semana passada, a inflação nos EUA começa a dar sinais de arrefecimento, o que elevou as apostas em um aumento menor de juros pelo Federal Reserve (o banco central americano) e animou os mercados nesta quarta-feira (10).

A secretaria de estatísticas trabalhistas divulgou hoje que o CPI (índice de preços ao consumidor) ficou estável em julho, cenário melhor que o esperado pelo mercado, que apostava em leve alta de 0,2%. Nos últimos 12 meses, o avanço de preços ficou em 8,5%, também abaixo dos 8,7% esperados pelos investidores.

Após a divulgação, as projeções para o aumento de juros na próxima reunião do Fed, em setembro, viraram: a maior parte dos investidores (60,5%), que antes do dado apostava em um aumento de 0,75 ponto percentual na próxima reunião, reduziu as apostas para 0,50 ponto, de acordo com dados do CME Group.

A inflação mais comportada também animou os índices futuros americanos, que acentuaram os ganhos: por volta das 10h35, o Dow Jones subia 1,26%, o S&P 500 ganhava 1,64% e o Nasdaq, índice de tecnologia cujas empresas são mais suscetíveis a aumentos de juros, subia 2,24%.

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Apesar disso, a inflação se mantém como uma preocupação: mesmo com o preço da gasolina tendo recuado 7,7% em julho, os de alimentos e habitação subiram. “O índice de alimentação continuou a subir, aumentando 1,1% no mês, enquanto que o índice de habitação subiu 1,3%”, apontou a secretaria no material de divulgação do índice.

Apesar da animação do mercado com o dado, a economista Claudia Rodrigues, do C6 Bank, recomenda “cautela” com o desempenho da inflação em julho.

“De certa forma, o número de hoje mostra uma desaceleração da inflação, mas o núcleo segue elevado e bem acima da meta de 2%. Até a próxima decisão do Fed, em setembro, temos mais divulgações de emprego e inflação que podem ajudar a prever o movimento do banco central”, pondera.

Para Sávio Barbosa, da Kínitro Capital, a inflação americana tende a voltar a incomodar em agosto.

“Acreditamos que o núcleo do CPI [medida de inflação que exclui os itens mais voláteis] tende a voltar para próximo de 0,5% em agosto”, apontou. “Os salários seguiram acelerando ao longo dos últimos meses e os dados antecedentes da inflação de moradias continuaram apontando para uma
forte pressão inflacionária no setor.”

Na última sexta-feira (5), o payroll, relatório sobre o mercado de trabalho americano, mostrou o dobro da criação de vagas esperada pelos investidores, sugerindo que a maior economia do mundo ainda está muito aquecida e longe de uma recessão.

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