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“Pior ainda está por vir”, mas Brasil vai crescer mais que o esperado em 2022, diz FMI

FMI revisou para baixo projeções para crescimento da economia global, mas descarta recessão generalizada em 2023

Foto: Andrew Caballero-Reynolds / FMI

“O pior ainda está por vir”. Foi assim que o FMI (Fundo Monetário Internacional) resumiu o cenário econômico dos próximos meses em seu relatório mais recente, divulgado nesta terça-feira (11).

O motivo para o pessimismo da instituição são as sequelas deixadas na economia mundial por três eventos distintos: a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, o aumento no custo de vida em vários países e a desaceleração no ritmo de crescimento da China.

Em 2022, esta tríade deve ter efeitos poucos perceptíveis a esta altura do campeonato. Tanto é que estimativa do FMI para a expansão da economia mundial neste ano foi mantida em 3,2%. Para 2023, no entanto, o Fundo ficou mais pessimista.

A estimativa agora é que o PIB (Produto Interno Bruto) mundial cresça 2,9% – ou 0,2 ponto porcentual a menos do que o previsto em julho.

Parece uma mudança insignificante, mas é preciso levar em consideração que esta taxa é bem menor do que a média observada de 1970 a 2021 – de 3,6%. Além disso, o FMI avisa que há uma chance de 25% de o PIB global crescer menos de 2% no ano que vem.

“Mais de um terço da economia global vai encolher neste ano ou no próximo”, disse o FMI. “Para muitas pessoas, 2023 vai parecer uma recessão”, acrescentou.

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Mesmo em meio a tanto pessimismo, o FMI revisou para cima a previsão para o crescimento da economia do Brasil em 2022. A expectativa passou a ser de alta de 2,8%, ante 1,7% estimados em julho.

Com isso, o país deve crescer mais que os Estados Unidos, por exemplo, cuja projeção de expansão neste ano caiu 0,7 ponto porcentual, para 1,6%.

Para 2023, o FMI estima alta de 1,0% no PIB do Brasil, taxa menor que a de 1,1% divulgada em julho, mas igual à projetada para os EUA no mesmo período.

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FMI está preocupado com a China

Embora tenha ressaltado que as três maiores economias do mundo – Estados Unidos, União Europeia e China – estão enfraquecendo, o FMI está particularmente preocupado com o que acontece com os chineses.

Segundo o Fundo, o mercado imobiliário do país asiático, que responde por aproximadamente um quinto da atividade econômica local, está se deteriorando rapidamente.

“A piora da crise no setor de propriedades pode se espalhar para o setor bancário doméstico e pesar sobre o crescimento do país, com efeitos internacionais negativos”, afirma a instituição em relatório.

Além disso, o uso da capacidade das indústrias da China caiu para 76% no segundo trimestre – o menor nível em cinco anos, excluindo o período mais crítico da pandemia de Covid-19.

A redução ocorreu por causa de restrições à mobilidade de pessoas, uma das ferramentas usadas pela China para evitar a disseminação da doença.

“Estas perturbações na China não têm apenas um efeito doméstico, mas se espalham internacionalmente”, disse o FMI. “Limites à capacidade de produção e à logística atrasam o fim do engarrafamento nas cadeias de suprimento, mantendo elevadas as pressões sobre a oferta mundial e, consequentemente, a inflação”, acrescentou.

A previsão do FMI é que a China cresça 3,2% neste ano e 4,4% no próximo. Em julho, as previsões eram de 3,3% e 4,6%, respectivamente.

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