Petróleo cai a menos de US$ 100 à espera de negociação entre Rússia e Ucrânia

Petróleo volta a operar abaixo de US$ 100 por expectativa de avanço em negociações de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia

O preço do petróleo segue despencando nesta terça-feira (15), e opera abaixo dos US$ 100 por barril.  A commodity se valorizou rapidamente após a invasão da Ucrânia pela Rússia no final de fevereiro, chegando a US$ 138 por barril, mas recentemente passou a cair por expectativas de avanço nas negociações entre os dois países para encerrar o conflito. 

Por volta das 9h40 (de Brasília), o preço do contrato futuro do petróleo tipo Brent – a referência internacional para o mercado da commodity – recuava 7,3%, para US$ 99,10 por barril.

Segundo o analista-chefe de mercados da corretora britânica CMC Markets, Michael Hewson, a queda no preço do petróleo reflete o otimismo dos investidores com a reunião que acontecerá hoje entre negociadores russos e ucranianos para tentar alcançar um cessar-fogo. 

Para Hewson, o otimismo com as negociações e a queda nos preços do petróleo “parecem completamente em desacordo com o que está acontecendo dentro do território da Ucrânia e com um cenário em que forças russas seguem atacando cidades ucranianas, com pouca consideração pela vida da população civil”.

Os preços do petróleo estavam subindo nas semanas anteriores por receios de que a Rússia seria impedida de exportar a commodity. Alguns países, como Estados Unidos e Reino Unido, efetivamente adotaram medidas para proibir a importação do petróleo russo como punição pela invasão da Ucrânia.

No entanto, a União Europeia, amplamente dependente dos recursos provenientes da Rússia, abdicou de medidas neste sentido. Quase a metade do gás natural consumido pelo bloco é fornecido pelos russos, assim como 27% de todo o petróleo comprado pelos europeus no exterior.

A postura da União Europeia precipitou um movimento de baixa nos preços da commodity, que acelerou depois de notícias sugerindo um avanço nas negociações diplomáticas entre Rússia e Ucrânia.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, disse na semana passada que havia desistido de incluir o país na aliança militar da Otan. O possível ingresso da Ucrânia no grupo foi um dos motivos alegados pela Rússia para invadir o país. Pouco depois das declarações de Zelenski, o governo russo se manifestou dizendo que não pretendia derrubar o governo ucraniano.

As declarações foram vistas como um sinal de que a guerra estaria perto do fim. Ontem, segundo informações divulgadas em agências de notícias internacionais e veículos de imprensa estrangeiros, os russos e ucranianos voltaram a negociar e as conversas duraram algumas horas, sendo interrompidas para uma “pausa técnica” com previsão retomada nesta terça-feira (15).

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