Opep diminui previsão de oferta brasileira de petróleo em 2021

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) diminuiu a previsão para a oferta brasileira de petróleo este ano em 0,2 milhão de barris por dia (bpd), de 3,74 milhões para 3,72 milhões de bpd, conforme dados do relatório mensal divulgado nesta quarta-feira, 13. 

Apesar da revisão para baixo, a projeção ainda equivale a um aumento de 50 mil bpd em comparação com 2020. 

De acordo com a Opep, a paralisação da atividade e as medidas adotadas por conta da pandemia de Covid-19 levaram a uma produção menor em alguns campos da Bacia de Santos, como Búzios, Lula, Tupi e Lara.  

Desse modo, apesar do início da produção no campo Sepia, com capacidade produtiva de 18 mil bpd, a produção nacional de petróleo bruto recuou 50 mil bpd em agosto, para a média diária de 3 milhões de barris. 

A produção total de líquidos, incluindo biocombustíveis e gás natural liquefeito (GNL), chegou a 3,70 milhões de bpd no mês, o que representa uma queda de 40 mil bpd em relação a julho e de 14 mil bpd na base anual. 

Para 2022, a Opep espera que a produção de líquidos do Brasil, considerando biocombustíveis, suba 23 mil barris por dia em relação a 2020, para uma média de 3,95 milhões de bpd. 

Segundo a organização, o crescimento da produção se dará por meio de dois novos projetos: o campo Mero-1 (Guanabara), com início previsto para acontecer ainda este ano, e o Peregrino-Fase 2.  

Além disso, no campo de Búzios, uma quinta unidade, o FPSO Almirante Barroso, fornecido pela Modec do Japão, deve começar a operar em 2022. 

Economia brasileira 

A organização informou ainda que as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2021 e 2022 foram mantidas em relação ao relatório de setembro em 4,7% e 2,5%, respectivamente.  

“A economia do Brasil continuou registrando um desempenho positivo, apesar das interrupções na oferta global e da seca que afetou a produção agrícola”, afirmou a Opep no documento. 

Para o cartel, os riscos de baixa para as projeções consideram pressões inflacionárias mais altas e preocupações fiscais, além de incertezas políticas associadas às próximas eleições de 2022. 

Demanda mundial de petróleo 

No relatório, a Opep ainda reduziu a projeção para a demanda mundial de petróleo em 2021, enquanto manteve a previsão para o próximo ano. 

Em 2021, a demanda pela commodity poderá avançar em 6,4%, para 5,82 milhões de barris por dia, abaixo da leitura anterior, de 5,96 milhões de bpd.  

Para o próximo ano, a estimativa de demanda mundial de petróleo foi mantida inalterada em 4,15 milhões de barris por dia. 

De acordo com o cartel, a perspectiva considera um aumento de 4,2% na atividade econômica mundial, com os riscos relacionados à pandemia recuando conforme as taxas de vacinação e de tratamento avancem.  

A organização ainda informou que a gasolina e o gasóleo serão os produtos com maior alta na demanda, apoiados na melhoria da atividade industrial. 

Cotações do petróleo nesta quarta-feira 

Os contratos de petróleo do tipo WTI com entrega para novembro operam em queda nesta quarta-feira, 13. Por volta das 15h47, os contratos recuavam 0,24%, cotados a US$ 80,45 o barril. 

No mesmo horário, o petróleo do tipo Brent para dezembro registra leve queda de 0,30%, negociado a US$ 83,17 o barril.