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Dá para confiar na reabertura econômica da China? Wells Fargo ainda tem dúvidas

Se reabertura efetivamente vier, banco acha que economia chinesa vai crescer mais que o previsto

Foto: Shutterstock/Dilok Klaisataporn

A China dá sinais de que pretende adotar políticas menos rigorosas de contenção da Covid-19, mas dificilmente fará isso com rapidez e provavelmente ainda vai se apoiar na restrição à circulação de pessoas em 2023 para evitar a disparada de casos da doença no país. A avaliação é do banco americano Wells Fargo.

Em relatório, o economista internacional do Wells Fargo, Brendan McKenna, diz que a China diminuiu o tempo de quarentena para viajantes que tiveram contato com infectados pela Covid-19 e eliminou uma regra que punia companhias aéreas que transportassem pessoas doentes.

Além disso, após os vários protestos contra o rigor das medidas de contenção da Covid-19, algumas cidades e províncias chinesas diminuíram o tempo de quarentena dos contaminados ou autorizaram as pessoas a fazer o isolamento em casa, em vez de em locais especificados pelo governo.

Os testes de PCR em grandes cidades, como Xangai, também deixaram de ser obrigatórios para atividades em espaços abertos, e as autoridades da China reconheceram a necessidade de reforçar a vacinação de pessoas mais velhas. Isso, segundo McKenna, “é um indício de que a China está tentando reabrir a economia.”

Mas não necessariamente estas tentativas serão frutíferas, diz o economista.

“Achamos que os casos de Covid continuarão sendo tratados com restrições à mobilidade, ainda que não tão restritivas como os lockdowns impostos anteriormente, mas a abordagem ‘viva com isso’ adotada pelo restante do mundo não é algo que as autoridades chinesas, especialmente o presidente Xi, estão dispostas a implementar no momento”, apontou o especialista.

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Se as políticas chinesas continuarem dependentes de restrições à mobilidade, o Wells Fargo acha que a economia do país crescerá 4,9% em 2023. Este é o cenário base do banco. Se isso mudar e a política de tolerância zero deixar de existir até meados do ano que vem, a projeção sobe a 5,5% – mais alinhada com as expectativas do mercado.

O banco americano disse que estará particularmente atento a reuniões dos membros do governo na China no início de dezembro, quando o país vai desenhar as políticas econômicas do ano que vem e, se mantida a tradição, definirão a meta de crescimento da economia para 2023.

“Se a comunicação do politburo [comitê do partido comunista] ressaltar que a reabertura da economia é a prioridade do ano que vem, ou se anunciar uma meta de crescimento ambiciosa, interpretaríamos isso como sinais de que mais mudanças na política de zero Covid são iminentes. Claro que a adoção das políticas importa mais, e até que os ajustes sejam feitos, continuaremos com nosso cenário base” afirmou o economista.

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