Até setembro deste ano, a mineração de criptomoedas, como o Bitcoin (BTC), está proibida no Irã. Em meio a blecautes em muitas cidades, incluindo a capital Teerã, a medida visa equilibrar o consumo de energia elétrica para a demanda das indústrias e o uso diário da população.
Grande parte da mineração de moedas virtuais que acontece no país não tem autorização do governo, que criou uma regulamentação para a atividade em 2019.
De acordo com o presidente iraniano Hassan Rouhani, os ilegais somam 85% da mineração das criptos. Com isso, grande parte da eletricidade local fica comprometida.
A proibição entra em vigor nesta quarta-feira, 26, e segue até 22 de setembro, de acordo com a Reuters.
O país passa por uma fase de falta de chuva que reduz a produção das usinas hidrelétricas. Segundo o governo, o uso intensivo de eletricidade na mineração das criptos nesse período de escassez pode causar apagões em todo o país.
Por isso, o Irã tem aumentado a pressão contra a atividade no país, ao ponto de colocar espiões do seu serviço de inteligência para reprimir a mineração.
Na quinta-feira passada, 20, o Ministério da Inteligência iraniano destinou comitês para todo o país, com agentes autorizados a encontrar e fechar fazendas ilegais de mineração de criptomoedas.
Além disso, o governo anunciou uma recompensa para os cidadãos que denunciarem essas atividades. O prêmio é de US$ 873 (R$ 4,6 mil), valor sete vezes maior do que o salário mínimo.
Um estudo da empresa de análises Elliptic, mostrou que 4,5% de toda a mineração de Bitcoin do mundo acontece no Irã, Justamente porque a energia elétrica barata do país atrai cada vez mais mineradores para a região – inclusive aqueles que não têm licença do estado para explorar a atividade.