Ibovespa fecha em queda com pressão fiscal e cenário global volátil

Shutterstock/Bigc Studio

O Ibovespa encerrou a quinta-feira (29) com leve baixa de 0,26%, aos 138.534 pontos. O desempenho refletiu um equilíbrio entre estímulos internacionais e incertezas no cenário doméstico.

No exterior, a suspensão de tarifas impostas por Trump inicialmente animou os mercados globais, assim como os resultados fortes da Nvidia. No entanto, a decisão judicial nos EUA trouxe dúvidas sobre os rumos da política comercial, aumentando a percepção de incerteza. Além disso, a revisão do PIB americano do 1º trimestre mostrou retração (-0,2%) e a inflação PCE acelerou para 3,4% ao ano, reforçando preocupações com o crescimento e o controle inflacionário nos EUA.

No Brasil, o IPCA-15 de maio abaixo do esperado trouxe alívio e contribuiu para a queda nas taxas de juros futuras, sugerindo espaço para possíveis cortes na Selic. Ainda assim, fatores locais como a persistente preocupação fiscal, discussões sobre o IOF e dados de desemprego limitaram o otimismo. O presidente da Câmara, Hugo Motta, reforçou o desgaste com aumentos de impostos e isenções fiscais. Apesar disso, dados positivos sustentaram parte da confiança: o governo central registrou superávit primário de R$ 17,78 bilhões em abril, o crédito consignado privado cresceu 7,4%, e o desemprego veio abaixo do esperado, com recorde de trabalhadores com carteira assinada (39,6 milhões), com alta de 0,8% no trimestre e 3,8% no ano.

No noticiário corporativo, alguns papéis se destacaram. As ações da Copel (CPLE6) subiram 1,51% após o Itaú BBA revisar suas estimativas, elevar o preço-alvo e manter a recomendação de compra, com foco na distribuição de dividendos. Já a Petrobras (PETR4) teve desempenho negativo, recuando 0,61%, mesmo com análises favoráveis sobre sinergias logísticas em ativos oferecidos pelo governo e novidades sobre a emissão de debêntures.

A Azul (AZUL4) registrou queda expressiva de 6,80% em seu último dia no Ibovespa, pressionada pelo rebaixamento de rating por parte das agências Fitch e S&P, e pelas incertezas ligadas ao pedido de recuperação judicial. A empresa busca reestruturar US$ 2 bilhões em dívidas com aportes de US$ 300 milhões da United Airlines e American Airlines, além de um financiamento DIP de aproximadamente US$ 1,6 bilhão, voltado a garantir liquidez e refinanciamento de passivos.

A maior alta do dia ficou com a Petz (PETZ3), que avançou 2,38% diante da expectativa pela fusão com a Cobasi. O negócio ainda está sob análise do Cade, que recomendou investigação mais aprofundada por possível concentração no varejo físico de produtos pet. A fusão, anunciada em 2024, prevê que os acionistas da Petz fiquem com 52,6% da nova companhia, e os da Cobasi com 47,4%, além de um pagamento em dinheiro de R$ 400 milhões aos investidores da Petz.

Já a Ambipar (AMBP3) disparou 18,50% após anunciar uma reorganização societária envolvendo diversas empresas do grupo e a emissão de 10.052.445 ações para sócios fundadores de companhias adquiridas. A operação faz parte da estratégia de expansão da companhia e agradou o mercado.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Petz (PETZ3): +2,38%

• Marfrig (MRFG3): +2,13%

• Cosan (CSAN3): +2,07%

• Prio (PRIO3): +2,04%

• Iguatemi (IGTI11): +2,02%


Baixas

• Azul (AZUL4): -6,80%

• Magalu (MGLU3): -4,92%

• Minerva (BEEF3): -3,83%

• Cyrela (CYRE3): -2,31%

• Motiva (MOTV3): -2,08%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia em alta:

• Dow Jones: +0,28%

• Nasdaq: +0,39%

• S&P 500: +0,40%

 

Para acompanhar mais notícias do mercado financeiro, baixe ou acesse o TradeMap.

 

Compartilhe:

Mais sobre:

Leia também:

Destaques Econômicos – 18 de junho

Nesta quarta-feira (18) o calendário econômico traz atualizações relevantes que podem impactar os mercados. Veja os principais eventos do dia e suas possíveis consequências: 06:00

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.