Ibovespa cai com cautela global e incertezas no Fed

Fonte: Shutterstock/KanawatTH

O Ibovespa encerrou a sexta-feira (21) em leve queda de 0,39%, aos 154.770 pontos, refletindo a combinação de aversão ao risco global e reação tardia ao forte recuo das bolsas em Nova York durante o feriado brasileiro. Nos Estados Unidos, o mercado operou em recuperação moderada após declarações de John Williams, presidente do Fed de Nova York, que apontou espaço para cortes de juros no curto prazo. A sinalização trouxe algum alívio, mas a divisão interna no Federal Reserve continua clara: dirigentes como Philip Jefferson e Michael Barr adotaram tom mais prudente, citando incertezas sobre o efeito da inteligência artificial nos preços e a dificuldade de interpretar dados econômicos atrasados pelo recente shutdown.

No campo geopolítico e comercial, os Estados Unidos anunciaram a retirada da tarifa extra de 40% sobre mais de 60 produtos brasileiros, entre eles café, carne bovina e frutas. A medida reduz parte do impacto do tarifaço imposto em agosto e melhora a competitividade dos exportadores brasileiros, embora o governo ainda busque ampliar as isenções e avançar nas negociações envolvendo sanções como a Lei Magnitsky. Apesar disso, o impacto imediato no mercado foi limitado. No câmbio, o dólar Ptax subiu 1,04%, fechando a R$ 5,3902, e acumulando alta de 1,79% na semana, enquanto o petróleo recuou pela terceira sessão consecutiva, com o WTI a US$ 57,72 e o Brent a US$ 62,47, pressionados por temores de sobreoferta e pelo avanço das negociações de paz entre Rússia e Ucrânia.

No noticiário corporativo, o Banco Safra atualizou sua carteira de small caps e retirou Brava Energia (BRAV3), levando o papel a cair 2,76%. A Petrobras (PETR4) iniciou o pagamento de R$ 8,7 bilhões em dividendos e JCP referentes ao segundo trimestre, mas fechou em queda de 0,76% em meio ao enfraquecimento do petróleo. A CVC (CVCB3) liderou as perdas do pregão, despencando 7,11%, pressionada pelo dólar mais forte, pela subida da curva de juros e pela maior incerteza sobre o próximo passo do Fed. A performance da CVC Friday será crucial para determinar a trajetória comercial da companhia no último trimestre do ano.

O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) confirmou negociações para vender sua participação na financeira FIC, avaliada em cerca de R$ 300 milhões, e apresentou um plano de redução de custos a partir de 2026. Mesmo com os anúncios, as ações recuaram 2,78%. No setor de proteínas, Marfrig (MBRF3) e Minerva (BEEF3) tiveram quedas de 3,77% e 2,61%, respectivamente, mesmo após o alívio tarifário dos EUA, analistas, porém, seguem otimistas com o setor devido à oferta restrita de gado nos EUA e à retomada de cotas livres de tarifas no início de 2026. O mercado também reforça perspectivas positivas para o café, com preços tendendo à normalização internacional.

Por fim, a Embraer (EMBR3) recuou 4,34% no dia, apesar do clima favorável no Dubai Air Show, onde a empresa anunciou novos pedidos de jatos pela Helvetic Airways e pela Air Côte d’Ivoire. O momentum operacional permanece positivo, com expectativa de novas encomendas em 2026, especialmente dos modelos E195-E2 e KC-390.


As listas das maiores altas e baixas da carteira do Ibovespa ficaram assim:


Altas

• Magalu (MGLU3): +3,22%

• Azzas (AZZA3): +2,25%

• Auren (AURE3): +1,99%

• Banco do Brasil (BBAS3): +1,95%

• Cogna (COGN3): +1,89%


Baixas

• CVC (CVCB3): -7,11%

• Totvs (TOTS3): -6,66%

• Embraer (EMBJ3): -4,34%

• Marfrig (MBRF3): -3,77%

• Vamos (VAMO3): -3,14%


Confira a evolução do IBOV no fechamento de hoje (21/11):

• Segunda-Feira (17): -0,47%

• Terça-Feira (18): -0,30%

• Quarta-Feira (19): -0,73%

• Quinta-Feira (20): Fechado

• Sexta-Feira (21): -0,39%

• Na semana: -1,88%

• Em novembro: +3,50%

• No 4°tri./25: +5,84%

• Em 12 meses: +21,94%

• Em 2025: +28,67%


EUA

Os principais índices de Nova York encerraram o dia em alta:

• Dow Jones: +1,08%

• Nasdaq: +0,88%

• S&P 500: +0,98%


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Nesta semana o calendário econômico traz atualizações relevantes que podem impactar os mercados: Segunda-feira (24/11) 08:00 – Brasil Confiança do ConsumidorA Fundação Getúlio Vargas (FGV)

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