O crescimento e a influência do mercado ESG são temas que estão sendo muito discutidos, impulsionados pela ascensão da demanda dos investidores por empresas sustentáveis que não visam apenas ao lucro.
Essas empresas estão adotando práticas sustentáveis e responsáveis, alinhadas ao conceito ESG (Ambiental, Social e Governança), buscando atender às preocupações dos consumidores e investidores.
Promover sustentabilidade, equidade social e transparência, hoje faz parte das operações das empresas sustentáveis. Como consequência, o mercado ESG está exercendo uma influência significativa tanto nos investimentos como nas decisões corporativas.
Empresas sustentáveis: o crescimento e influência do mercado ESG
O ESG é reconhecido como um modelo de sucesso em práticas corporativas, porque em poucos anos deixou de ser um tema limitado ao mercado financeiro para se tornar prioridade nas agendas empresariais em todo o mundo.
De acordo com o relatório Global Sustainable Investment Review, em 2023, o investimento em ESG alcançou US$ 30,3 trilhões. Desde 2020, os ativos de investimento sustentável aumentaram cerca de 20%.
As projeções para o Brasil são bem animadoras, segundo a consultoria McKinsey, o país tem potencial significativo de emissão de créditos de carbono, girando em torno de 15% da demanda global, podendo alcançar US$ 50 bilhões até 2030.
Essa perspectiva, além de representar uma oportunidade econômica significativa para o país, coloca-o em destaque pelo potencial em liderar iniciativas de sustentabilidade e combate às mudanças climáticas.
Conceito e significado do ESG
“Environment, Social e Governance” – ESG é a abreviação para um conjunto de boas práticas que devem ser implementadas pelas organizações. São critérios importantes para investidores que buscam empresas socialmente responsáveis e sustentáveis.
O ESG visa a comprovar a solidez das companhias e também assegurar o seu crescimento sustentável, evidenciando a preocupação com o meio ambiente e o bem-estar social.
- Ambiental (Environment)
Refere-se aos fatores ambientais, como por exemplo: pegada de carbono, políticas de redução de emissões de carbono, práticas sustentáveis e eficiência no uso dos recursos naturais.
- Social
Envolve a análise do impacto social das atividades empresariais, considerando a relação da companhia com os funcionários, clientes, comunidades locais e com a sociedade em geral.
O Social inclui também questões como direitos humanos, igualdade de gênero, inclusão, diversidade e responsabilidade social corporativa.
- Governança (Governance)
A governança foca nas estratégias de gestão e liderança, garantindo que as companhias tenham estruturas organizacionais e processos de tomada de decisão transparentes, éticos e responsáveis.
A governança visa a abordar questões como diversidade no conselho administrativo, gestão de riscos ambientais e sociais, remuneração executiva justa e divulgação adequada de informações ESG aos stakeholders.
Impacto do ESG no mercado financeiro
Atualmente, os investimentos responsáveis representam cerca de 35% do mercado financeiro global, o que deixa claro o impacto do ESG. Tal impacto redefiniu a forma como investidores avaliam as empresas.
O interesse em práticas ambientais, sociais e de governança tem influenciado as políticas de investimento, o que resulta na alocação de capital em companhias que apresentam práticas responsáveis.
Essa mudança traz benefícios para as empresas que adotam esses compromissos, mas também impulsiona positivamente a direção para uma economia mais sustentável e inclusiva.
O ESG estimula maior transparência na prestação de contas corporativas, incentivando as companhias a melhorarem seu desempenho em termos financeiros e também em termos de impactos sociais e ambientais.
Ou seja, tais práticas estão moldando o futuro do mercado financeiro, tornando-o cada dia mais consciente e alinhado com as necessidades globais a curto, médio e longo prazos.
Crescimento das empresas sustentáveis
Direcionar esforços para os três pilares do ESG tem se mostrado uma prática muito importante para a manutenção e crescimento das empresas. A mudança de mentalidade corporativa transformou a maneira como os negócios são conduzidos.
Segundo um estudo realizado pelo Pacto Global da ONU no Brasil, 78,4% das companhias que possuem uma agenda ESG tiveram um desempenho financeiro superior aos concorrentes em um prazo menor.
Em contrapartida, 8,9% das empresas sofreram perdas de negócios ou clientes devido a falta dessas práticas. Esses dados destacam que o nível de conscientização dos consumidores está em uma crescente.
A relação dos investidores com o ESG
As empresas que estão listadas em índices de sustentabilidade recebem maior atenção dos analistas financeiros e apresentam um aumento na porcentagem de ações detidas por investidores de longo prazo, também conhecida como estratégia buy and hold.
A sustentabilidade e a governança estão entre as cinco principais prioridades para estratégias de investimentos em diversos países. No Brasil, por exemplo, a inovação ocupa o primeiro lugar nesse ranking.
Seguido pela lucratividade e governança corporativa eficaz. A crescente atenção ao ESG representa um sinal positivo, permitindo que os investidores possam participar de maneira efetiva na cobrança por práticas sustentáveis.
Outra forma de envolvimento importante para investidores é a participação em assembleias como acionistas ou cotistas de fundos ESG.
Futuro do mercado ESG
A agenda ESG nunca esteve tão em alta, procurando enfrentar os crescentes desafios sociais e ambientais. Segundo especialistas, os investimentos das companhias na pauta devem alcançar cerca de US$ 53 trilhões até 2025.
No Brasil, 51% dos empresários consideram o ESG uma tendência relevante, fazendo com que as preocupações sobre elas se materializem por meio de políticas de investimentos em ações alinhadas às práticas.
A grande disseminação das práticas ESG é um fator muito relevante para a análise do desempenho de qualquer negócio a longo prazo, assegurando o comprometimento com as questões relacionadas à agenda.
A expectativa é que fundos ESG se tornem uma das áreas de maior investimento nos próximos anos, com projeções indicando que até 2025 investimentos responsáveis representarão ⅓ da carteira global.
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