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Aliansce (ALSO3) e brMalls (BRML3) discutem fusão que criaria gigante dos shoppings; ações sobem

Negociação está em fase preliminar e ainda não há oferta formalizada

Foto: Deposit Photos

A confirmação de conversas sobre uma potencial fusão da Aliansce Sonae (ALSO3) com a brMalls (BRML3) agitou o mercado financeiro nesta quarta-feira, visto que a operação poderia criar uma gigante do setor de shoppings no Brasil. Por volta das 14h05 (de Brasília), as ações da Aliansce Sonae subiam 2,26%, aos R$ 21,68, enquanto as da brMalls avançavam 1,11%, para R$ 8,21. 

As companhias informaram que começaram a conversar sobre uma possível fusão e a Aliansce anunciou que contratou o BTG para dar sequência à transação. Tanto ela quanto a brMalls, porém, ressaltaram o caráter preliminar das negociações e a ausência de uma oferta ou proposta formal.

Vale destacar que a Aliansce Sonae já é fruto de uma fusão – ela foi formada em 2019 a partir da união da Sonae Sierra e da Aliansce e atualmente é a segunda maior empresa de shopping center do Brasil, com foco na média e baixa renda, ficando atrás somente da brMalls.

Sobre as companhias

brMalls (BRML3) é uma empresa de incorporação e administração de shopping centers, com participação em 31 destes empreendimentos. Possui um portfólio diversificado, tanto por região quanto por classes de renda.
Atualmente, oferece serviços de administração ou comercialização para 27 dos 31 shopping centers nos quais detém participação. Tem 1.274,2 mil m² de área bruta locável (ABL) total e 832,1 mil m² de ABL próprio, com percentual médio de participação em seus shoppings de 65,3%.

Aliansce Sonae (ALSO3) é uma administradora que detém um portfólio de 39 shoppings nas cinco regiões do país. Além de possuir 27 empreendimentos, a empresa é responsável pela administração de cerca de 12 shoppings de terceiros. Possui 1.144,3 mil m² de ABL total e 810,2 mil m² de ABL próprio.

Como ficariam as empresas após a fusão

Vale destacar que como não há informações sobre o valor da operação e a forma de pagamento – se será via troca de ações ou desembolso de caixa -, fica difícil medir o real impacto da transação para os acionistas das empresas.

No entanto, a união das operações pode formar a maior empresa de shopping center do Brasil, com valor de mercado de aproximadamente R$ 13 bilhões e faturamento anual em torno de R$ 2 bilhões, com 58 empreendimentos em carteira.

  Valor de Mercado Faturamento  Quant. de Shopping
brMalls (BRML3) R$ 7,09 bilhões R$ 1,03 bilhão 31
Aliansce Sonae (ALSO3) R$ 5,82 bilhões R$ 877,65 milhões 27
União das operações  R$ 13 bilhões R$ 2 bilhões 58

Impactos da pandemia e perspectivas

As empresas de shopping foram as que mais sofreram com a crise do covid-19, dadas as restrições à circulação de pessoas e ao funcionamento das lojas. Por isso, nos últimos 12 meses as ações da Aliansce Sonae e da brMalls acumulam queda de 15,76% e 24,35%, respectivamente, segundo dados TradeMap.

No entanto, no mês de dezembro até o dia 28, os papéis estão com ganhos de 5,70% e 6,37% refletindo a perspectiva de recuperação das varejistas e dos shopping centers com a redução nas restrições de funcionamento e de maiores vendas dado o período das datas festivas de final de ano.

Ontem, foi divulgado o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), mostrando crescimento de 11% nas vendas do varejo no Natal deste ano em comparação ao mesmo período de 2020.

O cenário para as companhias de shoppings ainda está muito incerto, no curto prazo. Além das dúvidas sobre quando será possível descartar os riscos negativos decorrentes da pandemia de covid-19, há outros fatores econômicos que pesam sobre o setor – redução do crescimento, elevação da taxa de desemprego e aumento da inflação, que vem corroendo o poder de compra do consumidor. Apesar disso, as vendas vêm se recuperando gradualmente, com os shoppings operando com 100% da sua capacidade.

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Quando verificamos alguns indicadores sobre os resultados, como a proporção da dívida líquida em relação ao ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), vale destacar que a Aliansce está com múltiplo equivalente a 1,68 vez, e a brMalls, com maior alavancagem, de 5,3 vezes, portanto, mais bem amparada caso precise se alavancar para finalizar a fusão.

O que dizem os analistas

As empresas de shoppings têm elevado potencial de alta (upside) das ações em Bolsa, segundo recomendações de analistas consultados pela Refinitiv.

No caso da brMalls, há 13 recomendações de analistas, sendo oito de compra, quatro de manutenção e uma de venda. O preço-alvo segundo a mediana das projeções é de R$ 14,10 por ação, o que implica valorização de 67,6% considerado o preço de fechamento de 29 de dezembro, de R$ 8,41.

analise brmals 2
Fonte: TradeMap

Para a Aliansce, não há estimativas dentro do sistema Refinitiv, mas indicadores sobre o preço sugerem que a empresa está quase tão descontada quanto a brMalls – as ações de ambas as empresas valem menos que o patrimônio que representam -, mas com um preço mais atraente levando em consideração o lucro proporcionado pela companhia. 

  P/PVA P/L
brMalls 0,63 43,24
Aliansce 0,75 29,29

 

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