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UBS revisa para 12% projeção de Selic para o fim do ciclo de alta em 2022, após decisão do Copom

UBS vê a possibilidade de o BC ter que estender movimento de alta dos juros para além de março se as expectativas de inflação estiverem acima da meta

O UBS revisou para cima a projeção para a taxa Selic esperada para o fim do ciclo de aperto monetário em 2022 de 11,50% para 12%. O banco agora espera mais duas altas de 1,50 ponto percentual da taxa básica em fevereiro e em março.

Para o UBS, a maior surpresa no comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a decisão de elevar a Selic para 9,25% ao ano foi um aumento nas projeções de inflação no cenário básico do Banco Central para 2022 e 2023, para 4,7% e 3,2%, respectivamente. O centro da meta de inflação para os respectivos anos é de 3,50% e 3,2%.

O UBS destaca, em relatório, que, ao escrever que o Copom vai perseverar na sua estratégia até que se consolide o processo de desinflação, o BC se refere a manter um nível da taxa Selic no fim do ciclo de aperto monetário para alcançar dois objetivos.

O primeiro seria o de buscar a convergência da inflação para a banda de variação da meta, que tem como teto 5% em 2022 e 4,75%, em 2023. As projeções no último Boletim Focus mostram que essa convergência para a meta só acontece no primeiro trimestre de 2023, com o corte da taxa Selic ocorrendo apenas em outubro de 2022.

O segundo objetivo do BC, segundo o UBS, é manter as expectativas de inflação para 2023 próximas do centro da meta de 3,25%. “A mensagem mais importante é que o BC não está disposto a cortar a taxa Selic [após o fim do ciclo de alta em 2022] antes da convergência [das expectativas para a meta]”, diz o banco.

Para o UBS, há o risco de a taxa Selic ser menor em 2023 se a convergência da expectativa de inflação estiver no centro da meta, de 3,25%, no cenário a ser apresentado pelo BC na reunião de março de 2022. Já se as expectativas aumentarem, o BC deve precisar subir a Selic para além de março. “Ambos casos parecem improváveis a partir de agora”, destacou o banco, em relatório.

A expectativa para a taxa Selic no fim do ciclo dependerá do comportamento da inflação, segundo o UBS. Se houver uma convergência para a meta antes do previsto pelo Focus, o que aconteceria só em 2023, o BC deve cortar a Selic antes do esperado em 2022, destacou o banco.

Na reunião de dezembro, o Copom apontou para mais uma alta de 1,5 ponto percentual da Selic em fevereiro e destacou que, dado o “risco de uma desancoragem das expectativas de inflação de longo prazo”, é apropriado que o ciclo de aperto monetário avance significativamente em território contracionista, sinalizando que mais altas estão por vir.

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