A taxa de desocupação chegou a 7,9% no trimestre encerrado em dezembro de 2022, mostrando novo recuo em relação ao resultado de novembro, quando a desocupação ficou em 8,1%. Os dados, divulgados nesta terça (28) pelo IBGE, mostraram uma retração de 0,8 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (entre julho e setembro), quando estava em 13,2%.
Com o resultado, a taxa média anual do índice foi de 9,3% no ano, o que representa uma retração de 3,9 p.p. em relação a 2021, quando marcou 13,2%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
Considerando apenas o índice do trimestre de outubro a dezembro de 2022, a PNAD Contínua divulgada hoje mostra que a taxa de desocupação (7,9%) foi 0,8 p.p. menor que a do trimestre de julho a setembro de 2022 (8,7%) e 3,2 p.p. inferior à do mesmo trimestre de 2021 (11,1%).
A população desocupada chegou a 8,6 milhões de pessoas, queda de 9,4% (menos 888 mil pessoas) frente ao trimestre terminado em setembro e diminuição de 28,6% (menos 3,4 milhões de pessoas) ante o mesmo trimestre móvel de 2021.
Já a população ocupada atingiu 99,4 milhões de pessoas, mostrando estabilidade no confronto com o trimestre terminado em setembro, mas com alta de 3,8% (3,6 milhões de pessoas) frente ao mesmo trimestre de 2021.
Menor desemprego desde 2015
O resultado anual é o menor desde 2015, mostrando que o mercado de trabalho não apenas confirma a tendência de recuperação após o impacto da pandemia da COVID-19, como ultrapassa o patamar pré-pandemia.
“O ano de 2021 foi de transição, saindo do pior momento da série histórica, sob o impacto da pandemia e do isolamento ocorrido em 2020. Já 2022 marca a consolidação do processo de recuperação” afirma Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE. “Em dois anos, a desocupação do mercado de trabalho recuou 4,5 p.p.”, calcula. Apesar da reabilitação frente aos últimos anos, a taxa de desocupação ainda se encontra 2,4 p.p. acima do menor nível da série, apresentado em 2014 (6,9%).
Comércio e serviços puxam alta
O crescimento do mercado de trabalho entre 2021 e 2022 foi disseminado entre as diversas atividades econômicas. Destaque para Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, que acumulou ganho de 9,4% (mais 1,6 milhão de pessoas) e chegou a cerca de 18,9 milhões de pessoas ocupadas no setor.
A atividade que engloba “outros serviços” foi a com maior percentual de aumento da população ocupada, 17,8%, atingindo 5,2 milhões de trabalhadores. A segunda maior alta foi de Alojamento e alimentação, que cresceu 15,8% e viu o contingente de pessoas ocupadas atingir 5,4 milhões.
Apenas o setor de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura teve queda percentual da população ocupada (-1,6%). A estimativa é que 8,7 milhões de trabalhadores estavam ocupados no setor em 2022.
Renda real em queda
O ano de 2022 fechou com o valor médio anual do rendimento real habitual estimado em R$ 2.715, o que representa 1% a menos que 2021, perda de R$ 28. Já a média anual da massa de rendimento chegou a R$ 261,3 bilhões e atingiu o maior patamar da série, com alta de 6,9% (mais R$ 16,9 bilhões) em relação a 2021.
(Com Agência IBGE)