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Surpresa positiva no PIB dará espaço a economia mais fraca nos próximos meses, diz Fitch

Agência de classificação de risco revisa para cima previsão para avanço econômico brasileioa em 2022, mas baseada principalmente no bom desempenho das atividades no primeiro semestre

Foto: Shutterstock

A Fitch elevou a previsão para o crescimento da economia do Brasil neste ano, de 1,4% para 2,5%, mas as notícias positivas praticamente param por aí. Segundo a agência de classificação de risco, a visão mais otimista sobre o PIB (Produto Interno Bruto) reflete mais o que já aconteceu neste ano e menos o que está por vir.

Em relatório, a agência de classificação de risco aponta que, ao longo do primeiro semestre, a atividade foi favorecida por uma série de fatores, entre eles o fortalecimento do mercado de trabalho, a retomada do setor de serviços, a redução no custo da energia e os preços altos das commodities.

No entanto, no restante do ano e no início de 2023, a expectativa é a de que a economia desacelere, reagindo com atraso ao forte aumento nas taxas de juros, ao crescimento mundial mais lento e à incerteza relacionada às eleições brasileiras.

Tanto que, para o ano que vem, a Fitch espera um avanço de 0,8% do PIB, alta menos intensa que a estimada anteriormente, de 1,0%.

“As perspectivas de crescimento também vão depender dos planos econômicos e de sinais do próximo governo, em particular a respeito da política fiscal e do envolvimento do Estado na economia”, afirmou a agência.

Para a inflação, a agência espera uma taxa de 6,5% ao final deste ano e de 5,2% no encerramento de 2023. Em ambos os casos, as taxas ficam acima do teto da meta buscada pelo Banco Central, de 3,5%, com 1,5 ponto percentual de tolerância para cima ou para baixo.

A Fitch prevê que a Selic, taxa básica de juros, deve terminar 2022 em 13,75% ao ano – ou seja, sem novos aumentos -, e começará a cair no ano que vem, terminando o período em 10% ao ano.

Previsão para PIB mundial piorou

Embora tenha apresentado projeções mais otimistas para o Brasil neste ano, a agência ficou mais pessimista com a perspectiva de crescimento da economia mundial.

Segundo a Fitch, a escassez e os preços altos do gás natural na Europa, a forte inflação e o avanço rápido dos juros em vários países estão pesando sobre a atividade econômica.

A agência agora espera que o PIB mundial cresça 2,4% em 2022 – ou 0,5 ponto porcentual a menos que a estimativa anterior. Para 2023, a previsão caiu em 1,00 ponto porcentual, para 1,7%.

“A zona do euro e o Reino Unido devem entrar em recessão no final deste ano, e os Estados Unidos devem sofrer uma recessão leve em meados de 2023”, acrescentou a Fitch.

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