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Risco fiscal no Brasil parou de piorar, mas contas públicas do país ainda preocupam, diz Fitch

Fitch elevou previsão de crescimento da economia neste ano, mas manifestou receio com possíveis mudanças no controle das despesas do governo

Foto: Shutterstock

A agência de classificação de risco Fitch melhorou a avaliação sobre a credibilidade das contas públicas brasileiras. Agora, a perspectiva é de que a nota de crédito do Brasil continue estável nos próximos meses. Antes, a expectativa era de que o país fosse rebaixado.

Na avaliação da Fitch, o governo conseguiu gerenciar a dívida pública com mais eficiência do que se esperava diante do aumento na arrecadação e do encerramento de programas de auxílio emergencial que haviam sido adotados durante a pandemia de Covid-19. O crescimento econômico brasileiro também ficou acima do previsto.

Agora, a agência espera que a relação entre a dívida pública e o PIB (Produto Interno Bruto), que caiu no ano passado para 80,3%, diminua de novo neste ano, ainda que em menor grau, voltando a subir nos anos seguintes.

O crescimento da economia neste ano deve chegar a 1,4%, segundo as projeções da Fitch, que antes esperava um aumento de apenas 0,5%. As boas notícias, no entanto, param por aí.

Em relatório, a Fitch ressalta que a nota de crédito do Brasil é “BB-“. Isso significa que o país está no grupo de países considerados devedores pouco confiáveis. Para mudar de status, precisaria ver a nota subir três degraus na escala de avaliação da agência – o que não deve acontecer tão cedo.

“Os desafios fiscais e ao crescimento persistem, e as eleições de outubro trazem incerteza em relação a como eles serão resolvidos”, disse a Fitch no documento.

A agência ressaltou que o governo ainda gasta mais do que arrecada, e que essa tendência deve se agravar neste ano porque os juros do país subiram – o que aumenta a despesa do Tesouro com a administração da dívida pública.

Isso se soma às dúvidas do mercado quanto à solidez das políticas brasileiras para manter as despesas do governo sob controle.

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A Fitch mencionou, por exemplo, que a regra do teto de gastos – que limita o aumento dos gastos públicos à inflação – foi afrouxada em 2021 para abrir espaço para o pagamento de auxílios financeiros à população, e que isso “lança dúvidas” sobre a eficácia deste mecanismo.

“O próximo governo ainda pode afrouxar mais o teto, e não está claro se isso será acompanhado de aumentos de impostos e outras reformas confiáveis” para reduzir o déficit nas contas públicas, disse a Fitch.

A agência ressalta que os candidatos com mais chance de vencer a eleição presidencial neste ano são o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual presidente Jair Bolsonaro, e que em termos macroeconômicos fará pouca diferença a vitória de um ou de outro.

“A política microeconômica pode ser diferente a depender do vencedor. O destino do teto de gastos, a influência do governo sobre as empresas públicas e os investimentos, e a política de meio ambiente relevante para as relações exteriores são os assuntos que estarão em jogo”, acrescentou.

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