A receita do setor de serviços cresceu mais que o esperado em agosto e ficou ainda mais perto de alcançar o recorde registrado em novembro de 2014.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a receita do setor de serviços aumentou 0,7% em agosto na comparação com julho. O resultado já desconta a inflação do período.
A expectativa do mercado era de estabilidade na receita do setor, embora alguns bancos projetassem resultados mais fortes – como o UBS e o Goldman Sachs, que previam altas de 0,30% e 0,25%, respectivamente.
Na comparação com agosto de 2021, o setor de serviços faturou 8,0% a mais. No acumulado de 2022, a alta é de 8,4%, enquanto em 12 meses o avanço é de 8,9%.
Com os resultados de agosto, a receita do setor está 10,1% acima do nível observado em fevereiro de 2020 – mês que antecedeu a pandemia de Covid-19 – e 0,9% abaixo ponto mais alto da série histórica.
“O setor de serviços vem avançando há quatro meses seguidos. A última vez que isso havia acontecido foi no ano passado, quando chegamos a cinco meses no campo positivo entre abril e agosto. No mês anterior, o setor estava 1,5% abaixo do pico da série e, em agosto, ele se aproxima ainda mais, ficando no ponto mais próximo desse nível desde novembro de 2014”, explica o analista da pesquisa, Luiz Almeida, do IBGE.
O crescimento mensal na receita do setor foi puxado por três das cinco áreas analisadas pelo IBGE. A de outros serviços (6,7%), que se recuperou da queda de 5,0% no mês anterior, foi o destaque do mês.
“Esse resultado positivo vem após uma queda, o que não é incomum especialmente no setor de serviços financeiros auxiliares, que teve maior influência sobre esse avanço e também sobre a retração do mês anterior”, acrescentou Almeida.
Também houve expansão na área de informação e comunicação (0,6%), que avança 1,8% nos últimos dois meses e nos serviços prestados às famílias (1,0%), que cresceu pelo sexto mês seguido.
Em sentido oposto, os transportes (-0,2%) exerceram a única influência negativa de agosto.
Em agosto, o transporte de passageiros no Brasil teve receita 0,5% menor frente ao mês imediatamente anterior, após ter avançado 4,1% em julho. Dessa forma, o segmento se encontra, nesse mês de referência, 0,1% abaixo do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 22,3% abaixo de fevereiro de 2014 (ponto mais alto da série histórica).
No transporte de cargas, a receita encolheu 0,3% em agosto, ficando 0,3% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado no mês anterior e 31,3% acima do nível pré-pandemia.