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Puxado por serviços, PIB se recupera no 4º trimestre e cresce 4,6% em 2021

Consumo das famílias cresceu 3,6% e investimentos tiveram alta de 17,2%

Foto: Shutterstock

Após cair no segundo e terceiro trimestres, o PIB (Produto Interno Bruto) se recuperou nos últimos três meses de 2021, avançando 0,5% e encerrando o ano em alta de 4,6%, de acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (4).

O número para o período entre outubro e dezembro veio acima do esperado  por analistas ouvidos pela Reuters, que apontavam expansão de 0,1% no quarto trimestre. O resultado foi impulsionado por serviços, com destaque para informação e comunicação e transporte, e agropecuária. O comércio e a indústria recuaram.

Na avaliação de Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank, a reabertura mais forte da economia no final do ano passado contribuiu para o resultado mais forte do que o esperado.

“Apesar de o PIB ter vindo melhor que o esperado, ainda não dá para comemorar. Temos um conflito na Ucrânia, que pode atrapalhar o crescimento das economias do mundo inteiro e gerar inflação”, avaliou. “O cenário mais provável em 2022 é de crescimento baixo com inflação alta”.

“A primeira leitura dos dados é benigna, mas ainda não vamos revisar o PIB de 2022, mantemos a projeção de alta de 0,3%. Afinal, todo o conflito na Ucrânia deve ainda causar danos difusos na economia”, apontou o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito.

 

Serviços e indústria puxam PIB

Com o avanço, a economia brasileira recuperou as perdas de 2020, quando os fortes impactos da pandemia de coronavírus fizeram a atividade cair 3,9%. De acordo com os dados do IBGE, o Brasil encerrou o ano passado em um patamar 0,5% acima do último trimestre de 2019.

O crescimento de 2021 foi puxado pelo setor de serviços, que cresceu 4,7%, e pela indústria, que avançou 4,5%. A agropecuária teve queda de 0,2% no ano passado.

De acordo com a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, todas as atividades que compõem serviços tiveram alta em 2021, e o destaque entre esses segmentos foi transportes, armazenagem e correio (crescimento de 11,4%).

“O transporte de passageiros subiu bastante, principalmente no fim do ano, com o retorno das pessoas às viagens. A atividade de informação e comunicação (12,3%) também avançou puxada por internet e desenvolvimento de sistemas. Essa atividade já vinha crescendo antes da pandemia, mas com o isolamento social e todas as mudanças provocadas pela pandemia, esse processo se intensificou, fazendo a atividade crescer ainda mais”, afirmou a pesquisadora em nota de divulgação do IBGE.

A atividade do quarto trimestre também foi impulsionada pelos serviços presenciais, que foram os mais afetados durante a pandemia.

Na indústria, o destaque foi construção, que apresentou um avanço de 9,7% no ano passado após queda de 6,3% em 2020. As indústrias de transformação, que possuem o maior peso no setor, subiram 4,5%, influenciadas principalmente pela alta nas atividades de fabricação de máquinas e equipamentos, metalurgia e fabricação de outros equipamentos de transporte.

No caso da agropecuária, a queda se deveu à estiagem prolongada e geadas ao longo do ano passado.

“Apesar do crescimento anual da produção de soja [alta de 11%], culturas importantes da lavoura registraram queda na estimativa de produção e perda de produtividade em 2021, como a cana-de-açúcar [-10,1%], o milho [-15%] e o café [-21,1%]. O baixo desempenho da pecuária é explicado, principalmente, pela queda nas estimativas de produção dos bovinos e de leite”, explicou a coordenadora do IBGE.

 

Consumo das famílias e investimentos

No ano passado, o consumo das famílias teve alta de 3,6%, e o do governo avançou 2% – esses componentes da demanda haviam caído 5,4% e 4,5%, respectivamente, em 2020.

“Houve uma recuperação da ocupação em 2021, mas a inflação alta afetou muito a capacidade de consumo das famílias. Os juros começaram a subir. Tivemos também os programas assistenciais do governo. Ou seja, fatores positivos e negativos impactaram o resultado do consumo das famílias no ano passado”, resumiu Palis, do IBGE.

Já os investimentos (a chamada formação bruta de capital fixo) tiveram alta de 17,2%, impulsionados pela construção e pela produção doméstica de máquinas e equipamentos.

A taxa de investimento subiu de 16,6% para 19,2% em um ano.

 

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