Em um ambiente de pressão crescente sobre o Banco Central para elevação dos juros, a divulgação do índice oficial de variação de preços do Brasil, o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), de outubro, não representou nenhum alívio. Muito pelo contrário.
O índice registrou alta de 1,20%, acima dos 1,14% de setembro e o maior avanço para o mês da série histórica, iniciada em 1995. Analistas de mercado esperavam uma desaceleração do ritmo de crescimento da inflação, ainda que seguisse em patamar elevado.
No acumulado do ano, o IPCA-15 já acumula alta de 8,3%, maior crescimento para o período desde 2015. Em 12 meses, a paulada nos preços alcança 10,34%.
O detalhamento dos dados mostra que o principal problema foi o comportamento dos preços de transportes, que, influenciados pela alta dos combustíveis, tiveram forte alta de 2,06% nas primeiras duas semanas deste mês. Em seguida, aparecem habitação, com inflação de 1,87% e alimentos, com avanço de 1,38%.
Como esse dado é encarado pelo mercado? O fato de a inflação oficial estar acelerando o ritmo de alta representa mais lenha na fogueira da alta de juros pelo Banco Central.
Nesta quarta, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) anuncia sua decisão para a taxa básica de juros, a Selic, hoje em 6,25% ao ano. O mercado acredita em um maior aumento da taxa, de 1,25 ponto a 1,5 ponto, já que o governo anunciou que vai alterar o teto de gastos para acomodar mais gastos no ano que vem.