PIB: puxada por serviços, economia avança 1% no 1º tri, abaixo do esperado

Com resultado, economia está 1,6% acima do patamar pré-pandemia, segundo o IBGE

Foto: Shutterstock

O PIB (Produto Interno Bruto) avançou 1% no primeiro trimestre de 2022 em relação ao período entre outubro e dezembro do ano passado, abaixo do esperado pelo mercado, que esperava um avanço de 1,2% no período. O dado foi divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (2).

O aumento da atividade econômica foi puxado pelo desempenho do setor de serviços, que representa 70% do PIB e que subiu 1% no período. Em valores correntes, o PIB, que é a soma dos bens e serviços produzidos no Brasil, foi de R$ 2,249 trilhões no período.

Com o resultado, a atividade econômica está 1,6% acima do patamar registrado no quatro trimestre de 2019, no período pré-pandemia de Covid-19.

“Dentro dos serviços, o maior crescimento foi de outros serviços, que tiveram alta de 2,2% no trimestre, e comportam muitas atividades dos serviços prestados às famílias, como alojamento e alimentação. Muitas dessas atividades são presenciais e tiveram demanda reprimida durante a pandemia”, explicou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, no material de divulgação da pesquisa.

Os dados fortes das pesquisas mensais de comércio e principalmente de serviços para março já indicavam um bom resultado, com analistas ouvidos pela Reuters esperando uma alta de 1,2% no período na comparação com o quarto trimestre de 2021.

Esse bom desempenho está ligado à retomada disseminada das atividades que foram suspensas durante a pandemia de Covid-19, mas a avaliação de economistas é que nos próximos meses os preços em patamar elevado e os juros altos irão refrear o crescimento da atividade. Em resumo, que é difícil esse ritmo de alta se manter daqui para a frente.

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Agro em queda; indústria estável

No caso da agropecuária, houve queda de 0,9% no primeiro trimestre, segundo o IBGE. “Essa queda foi impactada principalmente pela estiagem no Sul, que causou a diminuição na estimativa da produção de soja, a maior cultura da lavoura brasileira”, destacou Palis.

Já na indústria houve estabilidade, com leve alta de 0,1%, com o maior avanço vindo de atividades de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (alta de 6,6%). A única queda entre os segmentos foi de indústrias extrativas, com recuo 3,4%.

“Essa atividade puxou o resultado para baixo, e sua queda se deve especialmente à produção de minério de ferro, que caiu bastante. Como a indústria da transformação teve alta (1,4%) e tem bastante peso no grupo, isso equilibrou o resultado”, explicou a coordenadora do IBGE.

Consumo das famílias subiu 0,7%

Os números do IBGE mostraram ainda que o consumo das famílias subiu 0,7% no primeiro trimestre, enquanto o do governo ficou praticamente estável (0,1%). “No consumo das famílias, a demanda também está relacionada aos serviços que são principalmente feitos de forma presencial, como as atividades ligadas a viagens”, disse Palis.

Já os investimentos tiveram queda de 3,5% no período. “Essa queda foi impactada pela diminuição na produção e importação de bens de capital, apesar de a construção ter crescido no período”, afirmou a coordenadora do IBGE.

A taxa de investimento foi de 18,7% do PIB, ficando abaixo da registrada no mesmo período de 2021 (19,7%).

 

 

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