O Itaú revisou nesta quinta-feira, 18, suas projeções para o cenário macroeconômico do Brasil. Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2021, a expectativa caiu de 5% para 4,7%.
Para 2022, a projeção continua sendo de contração de 0,5%, refletindo a expectativa de queda na demanda em função do aumento dos juros.
De acordo com o banco, as quedas recentes na produção industrial por conta da falta de insumos e pelo atingimento do limite de capacidade produtivo de alguns setores, além das vendas reduzidas no varejo, indicam que o setor de bens já se encontra em contração.
Com crescimento mais desacelerado da economia, o Itaú projeta que a inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), termine este ano em 10,1%. Para 2022, a estimativa passou de 4,3% para 5%.
“A inflação segue pressionada também ao longo do último trimestre de 2021, impactada principalmente pelo preço de combustíveis de veículos, alimentos in natura, alguns serviços, como passagem aérea e aluguel, e maior persistência do choque de bens”, disse o banco.
Segundo o Itaú, o choque de bens industriais ligado a gargalos de produção reportou maior persistência, o que intensifica também os efeitos secundários sobre os demais preços na economia, em especial em serviços.
Para a taxa básica de juros, a Selic, o banco afirmou que espera um percentual de 11,75% ao ano ao final do primeiro trimestre de 2022, com duas altas de 1,5 ponto percentual (p.p) e uma de 1,0 p.p.
Em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu elevar a Selic em 1,5 p.p, para 7,75% ao ano.
“A Selic terminal significativamente restritiva e a manutenção do ritmo de alta nas próximas reuniões são justificadas por pressões inflacionárias mais persistentes, dado o estágio do ciclo e sinais de desaceleração da economia”, afirmou.
A projeção do déficit primário para 2021 foi revisada para baixo, de 0,8% do PIB (R$ 70 bilhões) na última leitura para 0,6% do PIB (R$ 55 bilhões). Para 2022, espera-se um déficit de 1,5% do PIB.
Para a dívida bruta neste ano, é esperado um percentual de 82% do PIB, contra 89% do PIB no ano passado. Enquanto isso, para 2022, o banco projeta que a dívida alcance 86% do PIB.
Por fim, para a taxa cambial, o Itaú reiterou suas estimativas de R$ 5,50 por dólar ao final de 2021 e 2022.
“A elevação da taxa Selic para patamar superior ao de outros emergentes justificaria alguma apreciação, mas as incertezas domésticas e externas ainda devem pesar sobre a moeda”, explicou.