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IPCA-15 sobe 0,78% em dezembro; no ano, alta é de 10,42%, maior desde 2015

Índice de inflação veio em linha com o esperado por analistas de mercado

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de dezembro foi de 0,78%, em linha com o esperado por analistas ouvidos pela Reuters, que apostavam em expansão de 0,8%. Foi a primeira vez desde agosto que o indicador ficou abaixo de 1%.

No acumulado do ano, o indicador tem alta de 10,42%, a maior elevação desde 2015.

O dado foi divulgado nesta quinta-feira, dia 23, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), e mostra uma desaceleração em relação à primeira quinzena de novembro, quando o indicador havia avançado 1,17%, maior crescimento para o período desde 2002.

Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete apresentaram alta em dezembro –somente saúde e cuidados pessoais e educação não tiveram aumento. O maior impacto sobre a inflação foi de transportes.

Especialistas ouvidos semanalmente pelo Boletim Focus, pesquisa do Banco Central, apostam que o índice terminará 2021 em alta de 10,04% e 2022 em 5,03%, acima do teto da meta de inflação (de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo).

O dado vem sendo acompanhado com atenção pelos investidores, que buscam pistas sobre as próximas decisões de política monetária do Banco Central. Na última reunião, como esperado, a taxa básica (Selic) foi elevada em mais 1,5 ponto percentual, a 9,25% ao ano. A expectativa de analistas de mercado é que os juros terminem 2022 em 11,50% ao ano.

Na semana passada, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, declarou que a instituição está preocupada com a inflação, e que subirá juros para contê-la mesmo que a consequência seja uma recessão da economia brasileira.

Por que esse dado é importante?

Indicações de uma inflação maior ou menor afetam os juros futuros, e o IPCA é o indicador oficial acompanhado pelo Banco Central em suas decisões de política monetária. Uma variação de preços mais expressiva do que o esperado pesa a favor de altas mais expressivas na taxa básica Selic, e vice-versa (menos inflação tende a requerer uma alta menor nos juros lá na frente).

Os juros futuros, por sua vez, afetam diretamente a Bolsa, já que o cálculo do valor atual de uma empresa é feito também com base no quanto ela gerará de valor lá na frente. Essa estimativa é trazida a valor presente através de uma taxa de desconto, que em geral corresponde aos juros de longo prazo.

Além disso, uma inflação elevada como a que temos hoje tende a corroer o poder de compra da população, o que é uma má notícia em especial para empresas ligadas a consumo.

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