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IGP-M sobe 0,45% em dezembro e fecha o ano em alta de 5,45%

Alta deste mês foi puxada por aceleração de preços de alimentos com peso significativo na inflação do produtor e consumidor

Foto: Shutterstock/rafastockbr

Após cair em novembro, o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) subiu 0,45% em dezembro, alta menor do que a esperada pelo mercado e puxada pela aceleração de alguns alimentos. O dado foi divulgado nesta quinta-feira (29) pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).

O dado fechado do ano mostra que o índice, que é usado para correção de contratos de serviços, acumulou avanço de 5,45%, bem abaixo dos 17,78% observados em 12 meses em dezembro de 2021.

O coordenador dos índices de preços da FGV, André Braz, apontou que o dado mostra a aceleração de preços de alimentos com peso significativo na inflação tanto do produtor e do consumidor.

“No índice ao produtor, os maiores aumentos foram registrados para: feijão (de -1,45% para 15,36%), bovinos (de -2,20% para 1,55%) e óleo de soja refinado (de 2,57% para 7,35%). Já no âmbito do consumidor, as maiores altas foram registradas para alimentos in natura, com destaque para: tomate (de 18,13% para 19,12%) e cebola (17,36% para 24,80%)”, apontou o especialista no material de divulgação do levantamento.

O IGP-M é formado por três índices: o IPA (que indica os preços ao produtor), o IPC (índice ao consumidor) e INCC (índice de construção civil).

Veja como cada um se comportou:

Preços ao Produtor

O Índice de Preços ao Produtor Amplo avançou 0,47% em dezembro, após cair 0,94% em
novembro. De acordo com os dados, o minério de ferro, que havia caído 8,01% em outubro, subiu 16,32% neste mês, assim como o café em grão (-20,97% para 0,40%) e bovinos (-2,20% para 1,55%).

“Em sentido oposto, destacam-se os itens soja em grão (1,25% para -1,52%), laranja (8,88% para -3,04%) e mandioca/aipim (6,33% para 1,72%)”, apontou a FGV.

Preços ao consumidor

O Índice de Preços ao Consumidor subiu 0,44% neste mês, reduzindo a alta em relação a novembro, quando havia avançado 0,64%. Cinco de oito classes de despesas acompanhadas pela FGV reduziram o ritmo de alta em dezembro, segundo a FGV.

” A principal contribuição partiu do grupo saúde e cuidados pessoais (1,00% para 0,37%). Nesta
classe de despesa, vale citar o comportamento do item artigos de higiene e cuidado pessoal, cuja taxa passou de 2,03% em novembro para -0,25% em dezembro”, disse a FGV.

Outras categorias cujos preços perderam fôlego foram educação, leitura e recreação (0,60% para -0,26%), transportes (0,79% para 0,31%), vestuário (0,83% para 0,67%) e despesas diversas (0,14% para 0,08%).

“Nestas classes de despesa, vale mencionar os seguintes itens: passagem aérea (2,07% para -1,71%), gasolina (1,58% para 0,18%), calçados (1,35% para -0,12%) e cigarros (0,01% para -0,72%)”, destacou a FGV.

Já alimentos, comunicação e habitação aceleraram a alta neste mês em comparação com novembro.

“Estas classes de despesa foram influenciadas pelos seguintes itens: arroz e feijão (-0,82% para 3,74%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (-0,32% para 0,69%) e tarifa de eletricidade residencial (0,59% para 1,27%).”

Construção

No caso do Índice Nacional de Custo da Construção, a alta foi de 0,27% em dezembro, ante 0,14% em novembro.

“Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações na passagem de
novembro para dezembro: materiais e equipamentos (-0,35% para 0,37%), derviços (0,35% para 0,43%) e mão de obra (0,53% para 0,16%)”, destacou a FGV.

Afinal, o que mede o IGP-M?

O IGP-M é usado como indexador em muitos contratos de aluguel, energia elétrica, mensalidades, alguns tipos de seguros e alguns planos de saúde. Ele é formado por três índices de preços:

  • O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) mede a variação de preços dos bens por estágios de processamento (bens finais, bens intermediários e matérias-primas brutas) e por origem (produtos agropecuários e produtos industriais). Responde por 60% do IGP-M.
  • O IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que é o termômetro dos preços ao consumidor em oito categorias (alimentação, habitação, vestuário, saúde e cuidados pessoais, educação, leitura e recreação, transportes, despesas diversas e comunicação). Responde por 30% do IGP-M.
  • INCC (Índice Nacional de Custo de Construção), formado por materiais, equipamentos e serviços e mão de obra. Responde por 10% do IGP-M.

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